domingo, 28 de setembro de 2008

Pergunta de resposta nada óbvia

Há duas formas de responder a esta pergunta, por um lado podia encher-me de ar pomposo, discurso afloreado e despejar uma série de banalidades sobre mim próprio, que nada me diferenciam dos outros, que por si só nada dizem e que certamente não me fazem especial entre a massa da maioria. A segunda forma passaria por desdobrar um discurso a flutuar entre a psicanálise barata dos novos tempos e a lamechice sobre o que sou, o que fui, ou que algum dia quererei ser.
Não sei fazer nem uma coisa nem outra, verdadeiramente não sei responder a esta pergunta, provavelmente um trauma que vem das típicas apresentações do básico e do secundário em que repetidamente se faz a mesma pergunta, ouvindo sempre os mesmos sonolentos discursos. A resposta a esta pergunta será sempre um texto inacabado, agora sou algo, daqui a 20 anos de certeza que serei algo diferente, a base espero que seja a mesma, mas ninguém vive estático intocável ao que vai vivendo.
Confesso que a minha especialidade não é auto-análise, sempre me foi muito mais fácil dar opiniões sobre os outros, do que sobre mim próprio, mas há uma coisa que posso garantir, é que tanto há uma semana, quando este blog começou, como agora continuo absolutamente convencido que não sou capaz de escrever este tipo de textos, por isso que estou aqui a fazer? Das duas uma, ou os aprenderei a escrever ou como ainda me parece sou uma enorme erro de casting. Mas prometo que me vou esforçar, indo empenhando nos textos que aqui irem escrevendo as fracas qualidades e os abundantes defeitos que talvez responderiam a essa tal pergunta do “Quem sou eu?”

sábado, 27 de setembro de 2008

Quem sou eu? - quadro sempre incompleto

Sou como todos… um misto de razão e sentir. Se formos diferentes, talvez a diferença seja o equilíbrio que pensamos procurar. Eu procuro o equilíbrio que me deixa balançar.
Gosto de sorrir e chorar, de sentir e pensar e até de pensar sentir.
Gosto de sonhar ser o lado errado da ciência, aquele que foge ao ciclo vicioso onde não entram sentimentos.
… Sentimento(s)… talvez uma boa descrição, mas para ser retrato falta o artista… e eu sou, nas mãos dos artistas da minha vida, um quadro sempre incompleto, sempre a crescer.
Sou o meu desafio.
Sou alguém que gosto de (des)conhecer.




Quem sou eu? - Sei lá!

Não é fácil responder a esta pergunta, mas vou tentar. Antes de dizer quem sou, é mais fácil definir quem é que eu não sou. Eu não sou um ser definido. Ou seja, eu não sei. Como qualquer jovem, eu ainda não faço ideia de quem sou. Tenho vários projectos. Vários sonhos. Vários objectivos. Todos distintos. Costumo dizer que tenho vários sonhos diferentes, para o caso de um falhar. E espero um dia, chegar a ser um pouco de tudo aquilo que gostaria de ser. Mas até esse dia, não sei quem sou. Sei quem fui, no passado. Fui um sujeito calmo, discreto e sossegado. Nunca fiz mais do que o meu dever e sempre procurei ser útil. Arranjei um grupo de amigos fiéis e hoje guardo grandes recordações do passado. Mas a verdade, é que não sei quem sou.
Contudo, recentemente, comecei uma nova etapa. Caminho hoje para um novo caminho. Um novo leque de oportunidades abre-se à minha frente. E contudo, mais uma vez, não sei quem sou.
Gostava mesmo assim, de num futuro próximo, ser alguém importante. Alguém bem sucedido. Mas por outro lado, não me vejo num emprego normal. Gostava realmente de ser diferente. Mais intelectual. Mais feliz. Mais humano. Gostava de ser muita coisa. E contudo, não sou capaz de responder à pergunta pertinente: Quem sou eu?
A verdade é que não me interessa. Não sei. E nem quero saber. Enquanto não souber, a vida enche-se de mistério. Cada mês está repleto de novas oportunidades. Cada pessoa que conheço, promete mil e uma aventuras. E por fim, a cara que vejo ao espelho todos os dias, continua a ser desconhecida para mim. Imprevisível e incompreendida. Tenho o mundo aos meus pés. Tenho o meu futuro na minha mão. Basta-me decidir o que fazer agora, com todo o tempo e vida que ainda tenho pela frente.
Talvez tudo corra mal. Eu tenha um acidente de carro e fique paraplégico. Talvez eu vá morrer para a semana de uma doença qualquer ou de uma ex-namorada ressentida. Mas a verdade é que, independentemente do que possa acontecer, eu estou aqui e agora. Eu estou vivo. E ainda não sei quem sou. Não sei o que espero de mim. E não sei o que quero da vida. E isso, quer queira quer não, obriga-me a sorrir.

Ingratidão - 27.9.8

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quem sou eu? - Uma incógnita


A sempre eterna questão filosófica que nos remete a todo o tempo, a toda a hora, a todo o minuto e segundo, constantemente (já cansam tantas expressões análogas), a uma profunda reflexão pessoal relativa à existência e definição da verdadeira essência do nosso ser, uma vez que viemos do pó e ao pó voltaremos.
Após iniciar este desafio, que propus a mim e aos meus restantes colegas, experimentei algumas dúvidas ao redigir este texto, sendo eu já uma dúvida em relação ao meu próprio ser. Surgiu então, entretanto, alguém que me disse: “ Há tanta coisa que podes falar. O que tu gostas também revela quem tu és. Porque não falas um pouco da música que tanto gostas?” – porque não? A música, mais especificamente o piano, é a minha apaziguadora espiritual, intelectual e física, de todas as artes é rainha, nenhuma mais tem um poder tão distinto como esta. Através desse poder que exerce encontro descanso e paz, atravesso um mundo diverso, inexacto, semelhante a um sonho, mas acordado, e assim penso como um todo. Penso na transitoriedade da vida, das gerações muitas que por aqui circularam até a minha chegada e das muitas que passarão durante e após a minha passagem; de como vinte e quatro horas, um ano lectivo, trezentos e sessenta e cinco dias passam num ápice, feliz o pensador que inventou a expressão “tempus fugit”, “o tempo voa”, este sim transborda de razão. Voam o tempo e a vida, eterna e intimamente ligados, deixando atrás apenas recordações, como a água que passa num dado momento no rio que, por mais que fiquemos à espera, não tornaremos a vê-la. Penso ainda nas paixões que tive e desilusões causadas por uma ou outra em particular, escuto a música e relembro os bons momentos que o tempo deixou para trás, não guardando rancor e vivendo abençoado, uma vez que permitir o contrário seria perder tempo e o tempo que nos resta é sempre curto.
Recordo ainda os meus amigos, que, em qualquer caso, sempre poucos são os verdadeiramente dignos dessa palavra, mas daqueles que tenho, a sua importância é muita, enorme aliás. Passar um bom tempo com amigos, ter a sempre boa companhia da música, passear ou simplesmente caminhar à noite por prazer, sentir a brisa fria do inverno, devidamente resguardado, e assistir a um belo espectáculo são dádivas proporcionadas pela vida, das quais muito me regozijo.
Contudo, depois de tanta reflexão, não me sinto ainda preparado a responder à questão inicial que me propus, pelo menos contínuo sem saber exactamente o que responder. Neste preciso momento, o que consigo dizer é que sou melancólico, que é em grande parte verdade, se bem que estou convicto que a totalidade daquilo que considero o meu “eu” é algo bem mais complexo que a melancolia e nostalgia.
Tenho várias sombras a rodear-me e, portanto, busco ainda a minha verdadeira identidade. Sei quais os meus gostos, os meus interesses, as minhas tendências e hábitos, contudo, não passo de um ponto de interrogação ambulante que vai de rua em rua.
Quem sou? Não sei. No entanto algo sou e, por enquanto, esse algo é uma só coisa - uma incógnita.


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Prefácio

Um início, uma nova aventura, um novo blog! Quatro pessoas diferentes, quatro almas diferentes, com diferentes objectivos e ideias, unas num projecto em comum!
Falar sobre tudo é um objectivo, sentir tudo é um outro, senti-lo aqui, tudo, de quatro formas distintas. Tal como a simbologia nos enuncia, o número quatro é a raiz de todas as coisas, como as quatro estações do ano, os quatro elementos fundamentais, as quatro qualidades essenciais, entre tantas outras, e, como tal, seremos a raiz de todas as coisas neste blog. Seremos o Homero desta Odisseia, o Virgílio desta Eneida, o Dante dest'A Divina Comédia ou simplesmente os Autores desta Vida Pouco Vivida.
Valete Frates!