terça-feira, 28 de abril de 2009

voar para voar

Gostava de poder voar só para voar um pouco para fora de mim... poder olhar-me nos olhos e descobrir-me... e voar.


Voar



Se eu pudesse voar, desceria nunca mais..



segunda-feira, 27 de abril de 2009

A mentira que peca por ser necessária


A minha pior mentira, e de tantas outras almas por aí espalhadas, creio, roubando algumas palavrinhas a Bernardo Soares, é ser, em determinadas situações, como um actor em palco, está lá, porém, ao mesmo tempo, é outra coisa.


domingo, 26 de abril de 2009

Sentido Voador

Levanta as asas e voa anjo. Pois és perfeito, feliz e altruísta. Sorri, pois para ti o mundo é belo. Os teus olhos são grandes. Olhas para todo o lado como se fosses criança curiosa. Sorris, pois és feliz. Levanta os braços anjo, e abraça o mundo. Dança comigo anjo. Leva-me para esse teu mundo azul e plano. Deixa-me agarrar a tua mão e leva-me contigo. Bate essas asas brancas e faz de mim um anjo. Limpa-me de cicatrizes e de defeitos. Leva-me para esse mundo belo e voador. Leva-me para onde quiseres. Faz-me respirar nessas nuvens gigantes. Abraça-me anjo. Explica-me o que é o mundo. Faz-me o ser mais feliz do mundo. Beija-me anjo. Faz-me feliz anjo imaculado. Temo por ti anjo. E se te cortam as asas? Terão os teus anjos amigos, alguma maneira de te trazer de volta. Ou serás tu enterrado abaixo do solo como um renegado? Não, fiques triste anjo. Caíste a Terra e não consegues voar. Os teus anjos amigos ainda sorriem, como tu. Voam para a Terra para te abraçar, beijar e te levarem para um dança que só eles sabem. Todos sorriem, todos cantam. São anjos alegres, de olhos abertos para o mundo belo que admiram. Caíste para terra mas não estas triste. Cortaram-te as asas anjo. Mas és um ser perfeito e belo. Não voas mas existes. E isso, ninguém te tira. Ah, anjos voadores, levem-me convosco. Agarrem-me e não me deixem fugir. Levem-me nos vossos braços e deixem-me dormir, abraçado a vossos. Rodeado pela vossa felicidade e bênção. Sinto-me bem. Amado e feliz. Cantem me uma melodia de anjos e façam me esquecer o meu mundo, nem que por minutos. Adeus anjos. Pois, não sou o único a precisar de ser amado. Cuidem de quem mais sofre. Obrigado pela viagem, um abraço e até a próxima vez que me poderem ver, aqui na Terra, fechado no meu pequeno mundo redondo. A espera, a espera de voar convosco. A espera de ser anjo.

11/12.10.06 Anjo por um dia, ser humano toda a vida

A grande Mentira foi ser verdadeiro

Mentira. A minha maior mentira, foi dizer que digo sempre verdade. Porque o poder da mentira, revolucionou o meu mundo. O facto de eu poder dizer algo sabendo da sua certa falsidade, e ainda por cima ver que todos acreditam em mim, fez-me notar o poder da palavra. E menti. Menti muitas vezes. Por vezes por necessidade extrema, outras por vontade mesquinha. Mas admito-o. Não que isso conte para alguma coisa. E hoje que penso nisso, reflicto. SOU bom a mentir. Não exige uma grande arte, a mentira. Não é preciso muito, talvez seja apenas necessário dispensar de algumas coisas. Cortar com a alma. Cortar com o peso na consciência. Cortar com a sinceridade do olhar. E estamos aptos a mentir e a elucidar todos aqueles que se apresentem à nossa frente.
Vantagens? Haverá alguma vantagem na mentira? A verdade é que quando mentimos, alcançamos algo. Ou conseguimos evitar que algo nos afecte. E esta possibilidade altera toda a nossa percepção do exterior. Porque quando se está a mentir, o mundo altera o seu rumo. O rio já não desce do cimo da montanha para baixo. Os pássaros já não voam. As pessoas já não te olham de lado. Tu és rei, tu és o lorde destas terras. Submetes todos ás tuas palavras. E todos te acreditam em ti. Porque tu até és um bom rapaz! Não fazes mal a ninguém. E só dizes a verdade. Ou pelo menos deveria ser assim. Todos te olham de frente e felizes, até perceberem que mentiste. E que mentiras disseste tu! Tudo isto, apenas para venceres, por uma vontade tão mesquinha e infantil, de ter razão.
Mentir, é admitir que se tem medo das consequências que podem ocorrer das tuas consequências. E nada deve ser suficientemente terrível, para te obrigar. A minha maior mentira, foi dizer que só digo a verdade. E recordo me actualmente, não sei bem como, de grande parte das mentiras que disse. Não das inofensivas, mas daquelas que as suas consequências afectaram alguém. Claro que não me afectaram a mim. E por isso é que menti! Mas afectaram a minha consciência, que calada aguentou com todas as minhas mentiras. Com todo o meu passado que mais ninguém conhece para além de mim. E menti, por mim e para mais ninguém. Porque me acho desinteressante. E quando faço algo, quero ter os lucros da vitória, mas nunca as consequências da derrota.
Recordo portanto, os pobres rapazes que injustamente foram acusados de partirem o vidro do ginásio, naquele último verão do século XX. Recordo aquelas meninas que com palavras bonitas ludibriei, para estarem do meu lado. Recordo todos os testes que copiei, e que menti descaradamente que não o fiz. Pode parecer pouco e inocente, mas o vício de o fazer foi tanto, que se não o tivesse feito, hoje estaria provavelmente um ano atrasado nos estudos. Recordo especialmente as pessoas, poucas mas impossíveis de negar, que enganei com todos os dentes da boca. Que as fiz acreditarem em mim e me acompanharem com orgulho. E estas mentiras, não me deixam. Quero dizer a verdade, mas a maioria das vezes já é tarde demais para admiti-la.
Está tudo dito. Menti e não o vou negar. Não quero mentir outra vez. Tudo começa com pequenas mentiras de criança. E acaba assim, inutilmente e estupidamente, sem sentido.

26.04.09

segunda-feira, 20 de abril de 2009

(não) amo

A maior mentira é dizer que não amo.

Pensar, sentir, amar fundo... e dizer que não amo.




quarta-feira, 15 de abril de 2009

Desistir ou não desistir? Eis a questão

Começar por dizer que não desisto é, desde já, a mais pura das mentiras, pois cada alminha viva, por vezes, dependendo da situação ou estado de espírito ou até mesmo por uma questão de bom senso, já se absteve de alguma coisa. Desistir é uma revelação, sendo esta uma afirmação com dois possíveis cenários, uma vez que pode revelar, por um lado, fraqueza de espírito ou, por outro lado, prudência. É também, não esqueçamos o óbvio, uma decisão, e sendo uma há que a saber tomar quando devidamente necessária e não refutá-la de imediato sem uma ponderação prévia, até porque mais são os desistentes que os fracassados.
Tendo sido o tema original, "eu não desisto", termino este texto dizendo, Eu não desisto de tomar a decisão mais acertada.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Desistir.

Eu não desisto porque até o mais reles ser no mundo precisa de coragem para o fazer, e eu nem essa tenho. Ao contrário do que dizem e falam, desistir não faz parte do vocabulário dos fracos, faz parte do dos fortes.
A minha vida é levada como o vento, pelo vento, na vontade de quem a quer. Eu fico a ver passar e a olhar, às vezes ponho-me na minha pele e ajo, normalmente é quando pareço louca, depois penso em desistir, e não consigo.
Desistir é capacidade dos conscientes, dos capazes, dos decididos, dos corajosos. Desistir é difícil, tem consequências, é cruel.
Eu queria ter desistido. Falham-me as palavras quando me tocam os sentimentos, e volto a pensar em desistir. Queria tanto. Pouso o lápis. Durmo. É o mais próximo de desistir que consigo.

domingo, 12 de abril de 2009

Eu não desisto

Eu não desisto. Eu ainda aqui estou. Eu fiz as minhas escolhas. Eu recebi as consequências terríveis das minhas decisões. Eu aceito o meu destino. E agora, que se lixe.
Eu não desisto, porque não me apetece. Porque me parece triste pensar que eu sou o único a querer partir. Oiço histórias de gente que se quer ir embora. Que transforma as pontes, conhecidos elos de ligação entre terras separadas por águas pouco profundas, em meros ferros altos com um salto e um suicídio directo. Eles desistiram. Mas não desistem todos. Alguns ainda cá estão. Outros tencionam por cá ficar consoante a sua vida. E contudo, a maioria tenciona viver até ao fim da vida. Pessoalmente não vejo porquê. O que anseia um ser, que quer viver até ao seu imparável coração desistir? Que deseja ele?
Uma família. Um cão talvez. Filhos. Um carro grande para levar a família para fora no fim-de-semana. Uma casa. Escola para os pequenos, faculdade para os maiores, trabalhar até à reforma para os graúdos. Não me motiva. Não me surpreende. Não me conquista. E contudo, não desisto. Será que também eu procuro o meu pequeno vício. O meu desejo para o resto da minha vida. Não sei pelo que anseio. Não sei para onde vou nem onde estou. Mas de momento não me preocupo. Aceito as verdades dadas como verdadeiros. Não questiono a realidade que é dada a acreditar. E aguento. Silenciado pelo punho forte da justiça. Preocupado com a poesia e alma errante. Sem desistir, ainda aqui.
Até quando? Não sei. Sei que não quero parar de viver. Apenas gostaria de viver noutro sítio. Agora, agora mesmo. Se calhar sofro da doença constante do ser humano. A eterna insatisfação. Não me parece. Esta dor de que sofro não tem nome. Não lhe dou um nome. Se tivesse um nome, já haveria a cura. Ou pelo menos a procura dela. Já haveriam livros, teses e conversas a falar sobre esta insatisfação. Esta frustração. Mas não existem. Nada define o que sinto. Tudo define o que eu deveria sentir. Mas não conto nada. Não vejo nada. Não acredito em nada. Resguardo-me no meu canto. Eu mais a minha doença rara, sem nome ou face para a descrever. Aguento-me, num silêncio puro e real.
Salto e acordo. Eu não desisto. É verdade. Não desisto porque se desistisse, não seria aliviado. Não teria vantagens. Não teria imagens. Não teria eu. E por muito que me despreze. Por muito que veja que a vida é difícil, e que a luta ainda vai no inicio. Concluo sempre, que desistir seria o fim. E gostaria que o meu fim fosse algo mais produtivo. Algo mais inteligente. Algo mais digno. Algo mais real. E desistir seria assassinar esse meu fim. Essa parede branca. Esse incompleto e tolo momento de puro silencio. Um silencio eterno sem nome para o definir. Não desisto, porque espero. Espero lá chegar, com alguma glória.

12.04.09

terça-feira, 7 de abril de 2009

só porque amo...

Eu não desisto só porque amo... e quando penso em desistir dou por mim a sentir fundo. E quem sente fundo e ama tem alma que não desiste.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se assim fosse..

Caso tudo fosse diferente ia além da imaginação e criaria as asas de cera que Dédalo fizera para si e seu filho Ícaro, mas, ao invés deste último, utilizá-las-ia para fugir à realidade enfadonha e monótona do nosso quotidiano, porém, com a devida cautela para não me aproximar do sol em demasia e cair. De cair, graças a outras estrelas ou corpos celestes, estou eu cansado (e dorido).
Só, percorrer céu e terra, nem por um mísero dia que fosse seria o suficiente para ser diferente e permitir o alívio de minh'alma. Se assim fosse..largar-me-ia da amarga realidade e embraçar-me-ia no vento. Destino? Desconhecido...

PS: Ni, desculpa o "assalto" ao teu blog, mas esta imagem era exactamente o que procurava. ;) Beijinho