Não é fácil responder a esta pergunta, mas vou tentar. Antes de dizer quem sou, é mais fácil definir quem é que eu não sou. Eu não sou um ser definido. Ou seja, eu não sei. Como qualquer jovem, eu ainda não faço ideia de quem sou. Tenho vários projectos. Vários sonhos. Vários objectivos. Todos distintos. Costumo dizer que tenho vários sonhos diferentes, para o caso de um falhar. E espero um dia, chegar a ser um pouco de tudo aquilo que gostaria de ser. Mas até esse dia, não sei quem sou. Sei quem fui, no passado. Fui um sujeito calmo, discreto e sossegado. Nunca fiz mais do que o meu dever e sempre procurei ser útil. Arranjei um grupo de amigos fiéis e hoje guardo grandes recordações do passado. Mas a verdade, é que não sei quem sou.
Contudo, recentemente, comecei uma nova etapa. Caminho hoje para um novo caminho. Um novo leque de oportunidades abre-se à minha frente. E contudo, mais uma vez, não sei quem sou.
Gostava mesmo assim, de num futuro próximo, ser alguém importante. Alguém bem sucedido. Mas por outro lado, não me vejo num emprego normal. Gostava realmente de ser diferente. Mais intelectual. Mais feliz. Mais humano. Gostava de ser muita coisa. E contudo, não sou capaz de responder à pergunta pertinente: Quem sou eu?
A verdade é que não me interessa. Não sei. E nem quero saber. Enquanto não souber, a vida enche-se de mistério. Cada mês está repleto de novas oportunidades. Cada pessoa que conheço, promete mil e uma aventuras. E por fim, a cara que vejo ao espelho todos os dias, continua a ser desconhecida para mim. Imprevisível e incompreendida. Tenho o mundo aos meus pés. Tenho o meu futuro na minha mão. Basta-me decidir o que fazer agora, com todo o tempo e vida que ainda tenho pela frente.
Talvez tudo corra mal. Eu tenha um acidente de carro e fique paraplégico. Talvez eu vá morrer para a semana de uma doença qualquer ou de uma ex-namorada ressentida. Mas a verdade é que, independentemente do que possa acontecer, eu estou aqui e agora. Eu estou vivo. E ainda não sei quem sou. Não sei o que espero de mim. E não sei o que quero da vida. E isso, quer queira quer não, obriga-me a sorrir.
Ingratidão - 27.9.8
sábado, 27 de setembro de 2008
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2 comentários:
Um dia mais tarde, quando o tempo te der a sabedoria necessária, talvez venhas a ter uma vaga ideia daquilo que és. Porém existe também a possibilidade disso não suceder, tal como referes no teu último parágrafo, que talvez morras para a semana de uma doença ou de uma ex-namorada ressentida (este último que me fez rir bastante, mas peço-te que não leves a mal ;) ). A questão que bem salientas nesse mesmo parágrafo é não sabermos o dia de amanhã, o que é verdade, portanto aproveita, goza, luta, alcança os teus sonhos e aproveita todas as oportunidades, vai-te moldando e, apesar de não quereres saber, pensa mais tarde, à medida que o tempo passa, nessa tua construção...antes que a ex-namorada ressentida te apanhe.. ;)
Enorme abraço Ingratidão
Camisa Negra
Ingratidão, (d)escreveste-te com perfeição, sem saber(es) quem és eu gostei de te "conhecer".
Gostei das mãos cheias e do tapete da vida que tens aos pés.
Talvez nada corra mal. Espero que sorrias sempre.
Bjinhos
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