A minha esperança um dia foi-se, cansou-se de estar sentada.
Diz-se que temos que ter esperança, que esse deve ser aquele tal sentimento que devemos preservar, acima de todos os outros, que nos protege.
Já não acredito.
Nem todos os sentimentos se preservam, nenhum é eterno. As nossas atitudes e comportamentos incidem sobre aquilo que pensamos e sentimos, no entanto, há milhões de pessoas com depressão diagnosticada neste país - não me parece que a esperança ande por aí.
É de alguma forma incerto o dia de amanhã, mais incerto é o nosso jovem pensamento. Hoje afirmo na minha breve certeza de tudo, que a esperança se foi, se é que algum dia ela existiu.
Um dia fundamentei toda a minha vida na esperança do para sempre, o meu para sempre não existiu. E essa não era a primeira vez que eu fundamentava a minha vida nalgum tipo dessa tal esperança. Houve também um dia em que as minhas certezas diziam que justificava ter comportamentos baseados na esperança de ficar bem, mudar tudo cá dentro. Esses comportamentos também não ajudaram, e a esperança também se foi.
A verdade é que nada se baseia na esperança do que poderá vir a ser, e é tão mais fácil viver apenas com o presente, na certeza da existência do futuro, sem esperar os benefícios que ele poderá trazer.
E esta não é a primeira vez que penso na esperança, e não é certamente a primeira vez que concluo que a esperança é o sonho de grandiosidade que todos anseiam, a esperança é o desejo por algo físico e palpável, sempre maior e melhor. Raras são as excepções. A esperança é como tudo, injusta.
Um dia vou querer dizer que esperei, que acreditei e valeu a pena, o destino guardava-me algo que eu não iria odiar, que me fizesse querer estar presente, que me fizesse acreditar que a esperança existiu e valeu a pena.
Um dia eu quero saber que fui feliz, e que esperar e acreditar me ajudou. Deu-me oportunidade de sonhar e ir mais longe, procurar o meu melhor. Porque eu sou o comum mortal, egoísta e fraco, cuido-me.
Foi tempo.
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