Flutuo alto. Não baixo, em baixo ficam os frágeis e tolos. Voou longe. Estou sem esperança.
Para onde foi esse sentimento de esperança. Esse sorriso e essa vendeta? Algures no tempo. Numa caverna esconde-se o ultimo refúgio do além. Do ser em busca de um doce tocar de renovação, e intelectualização. Na ordem. Na sua ordem. A ordem que devia ser a que rege e elege o que se deve fazer. A seguir, e não vou fingir, vem a minha confissão: não tenho esperança. Mas por esta altura já é perceptível o sentimento de pura desilusão. Desilusão pois fiz questão de ter sempre razão, quando procurava edificar princípios para os cultos e incultos.
A esperança, essa que aguarde e fique, na mente das crianças. Aquelas que ainda esperam pelo que desejam ver feito. Aqueles que sonham e se portam bem, na espera aguardada, claro, de verem o seu esforço ser recompensado pelo seu elaborado trabalho. Mas nada se mexe. Tudo enlouquece. A espera é cansativa, dedutiva e certamente conclusiva. Nada acontece. E este ser, que aprendeu que quem espera, nunca alcança, decide agir. Digo-o, de minha justiça, pois também eu fui assim.
Hoje não. Hoje soletro o que penso. Reflicto no que compreendo. E por vezes, digo de minha justiça o que é, mesmo não sendo. Hoje sou um insubordinado, não pertenço a ninguém e não sou preso ou aficionado a nada, nem a um ser humano, ou a uma qualquer maioria eleitoral. Hoje sou um símbolo na minha mente de siglas e códigos lógicos, sem relógios. Ninguém cumpre horários na minha mente. Hoje, sou um ser esperança. E sem esperança, nada espero. Faço tudo por minha conta. É uma doença confiar em alguém. Não confio em mais ninguém. Sou eu que rego e ordeno o meu ser e parecer. Ninguém irá fazer nada por mim, não porque não me apreciem, mas porque dispenso ajuda. Dispenso que me façam erguer o meu sorriso, num agradecimento. Se um dia o faço, lentamente enlouqueço!
Não. Hoje não tenho esperança. Hoje sei que a humanidade se rege por um parecer imprevisível. Nem da incerta humanidade eu espero a sua imperfeição. Não espero, pois se esperasse, teria esperança. E não me rego por esse sentimento. Eu sigo por um caminho. O meu caminho. E o meu caminho não tem sentido, por isso, não o entendam. Não o esquematizem. Não o matematizem, nem o percebam. Não quero que o façam, nem agora nem nunca. E retiro o que disse, chamei à humanidade imperfeita pela sua imprevisibilidade. Quero que a humanidade continue assim e não entendem o que disse como critica. Já perdi a esperança na humanidade, mas não perdi o interesse. A humanidade continua-me a surpreender. A sua genialidade em corromper e maltratar os seus princípios e ideias, é de loucos. É de poucos e é de louvar. Continuem, por favor.
Que me distraiam. E que me façam pensar noutros assuntos. Noutras coisas que não a minha falta de esperança. A minha falta de edificação, no meu coração. Na rara alteração da minha percepção, nesta óbvia podridão. Por favor, continuem. São imprevisíveis. Não tenho mais esperança em ti, humanidade.
24.02.09
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário