sábado, 16 de maio de 2009

A dor e a chuva

Não sei o que aflige a todos os seres, até mesmo aos mais pequenos, mas apenas sei o que mim me diz respeito. Sentir dor, seja a física ou a da alma, é sempre desagradável e nem sempre inevitável, porém sou daqueles cuja opinião se declina a favor da dor da alma como que a mais sentida e a menos visível.
Por vezes gostaria de me poder ligar às pessoas, saber o que sentem, apenas pelo toque, assim como a chuva que cai e nos toca no rosto descendo até ao queixo e que, por fim, cede, lendo, nesse pequeno trajecto feito, o sentimento que por trás da pele, músculos, pequenas fibras, tecidos, ossos e órgãos se esconde. Se eu fosse a chuva, que torna possível a ligação entre céu e terra, que nunca em toda a eternidade se misturarão, poderia, eu, ligar dois corações? Contudo, se os nossos pensamentos e sentimentos já nos servem para atormentar não queiramos nós entrar no dos outros...



2 comentários:

Mariana disse...

"A ferida que doi e nao se sente"

Eu tb ja desejei saber o que os outros pensam a dada altura, mas tb cheguem exactamente a mesma conclusao que tu: "se os nossos pensamentos ja nos servem para atormentar nao queiramos nos entrar no dos outros"

esta muito bem escrito e inspirador xD adorei

CARPE DIEM é o que eu digo

Ines disse...

Todos nós temos as nossas dores mas tal como ja escreveste em "a mentira que peca por ser necessária" somos no nosso dia-a-dia constantes actores deixando de sermos evidentes uns para os outros tal como somos para com a chuva. Assim se nem os nossos problemas conseguimos enfrentar deveremos nós mergulhar nos dos outros?

Beijinho