Vamos começar. Pergunto-me então, como posso acabar? Como posso acabar tudo aquilo que comecei. Quero por fim. Quero mudar. Posso, e vou mudar. Não sei é como. É sempre complicado mudar. Faz parte do ser humano procurar a perfeição. Procurar a segurança, o bem-estar e tudo o que é bom. E para isso, estamos em constante mudança. Porque na nossa cabeça estúpida e idiota, ignoramos que é impossível estarmos bem. É impossível estarmos numa inquestionável segurança. Num bem-estar impenetrável. Numa vida perfeita.
Mas decido mudar. Decido mudar agora. Agora que tudo parece correr bem. E porque este desejo? Porque me sinto insatisfeito. Sinto-me cansado das mesmas atitudes e gostos. Das mesmas faces e caminhadas angustiantes. E portanto vou mudar. Será que devo abdicar do que tenho, para mudar? A mudança requer uma alteração. Uma concentração. Uma morte e um nascimento, premeditado, calculado. Arriscado, sem dúvida. Será que quero correr esse risco? Fugir desta falsa segurança que tanto me garante e dá.
Mudar, para melhor. Não estarei eu bem? Tanto me falam em mudar. Em saltar e arriscar. Mas eu gosto como estou. Gosto de quem sou. Gosto de ser como sou. Contudo, entristeço-me várias vezes. Entristece-me ver que nem sempre dou o meu melhor. Que olho em silêncio as consequências terríveis das minhas acções incompreendidas. E sinto-me mal. Sinto que seria capaz de tudo. Que seria capaz de agir e multiplicar-me. Que nada representa o impossível. E que sou capaz de tudo, se apenas mudar e me tornar em alguém diferente.
Mais competente. Mais inteligente. Mais forte. Preciso de mudar! Tantas promessas. Tantas esperanças. Tudo seria melhor, se apenas mudasse. Se fosse mais do que sou. Se fosse capaz de ultrapassar a barreira que me defende. Que me impede de sair. De saltar desta falsa segurança. Basta-me querer. Basta-me saber, que tudo será melhor. Um pequeno esforço, um pequeno salto. Mas não. Fico-me por aqui. Este é a minha vida. Não vou fazer saltos repentinos. Talvez, se tudo correr. Se sentir que o mundo está a desabar, e que eu não me aguento.
Aí, sim mudarei. Mas agora? Agora fico-me por aqui.
6.03.09
sexta-feira, 6 de março de 2009
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