O carpe diem como ideal de vida nunca se me colou à pele, viver cada soluço sem ter noção do minuto seguinte criará sempre em mim uma ideia mais de caos do que qualquer organização acerca do que somos. Viver na corda bamba do não saber o que será amanhã sempre esteve muito longe de me fascinar. Mas os planos são relativos, tão relativos como o futuro, que nos é tão estranho, que muitas vezes somos incapaz de conjugar em qualquer verbo que seja, se calhar é uma característica comum de todos nós: subestimamos o futuro e agarramo-nos ao presente.
Não faço nem uma coisa nem outra, não acredito em planos contados ao segundo para as próximas décadas, em grandes projectos servidos em clichés como: “quero casar”, “quero ter filhos”, “quero ter uma casa mais isto ou mais aquilo”. Apenas digo que quero (talvez seja um sonho) fazer algo que verdadeiramente goste, talvez seja a minha eterna aversão à inutilidade a falar mais alto, mas não suportaria ficar refém de um futuro que me reservasse a apatia do nada ou do pouco gostar de fazer. Isso e guadar sempre tempo para os prazeres que me ocupam os dias, e para os outros que ainda estão por descobrir, é o que basta para que tudo o resto, que possa ou não desejar, venha então por arrasto.
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