segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tentei guadar dias...


Tentei guadar dias... dias diferentes, inteiros... Queria que fossem especiais. Chegava à noite, cansada, percorria os segundos e nada era diferente. Hoje, ontem, amanhã... nada tinham de diferente senão a data. Eram acumular de segundos de esperança mal-tratada, eram noites em que se inventavam estrelas para oferecer à procura do sorriso que não chega... eram braços vazios de abraços e alma desesperada por um dia diferente...



terça-feira, 19 de maio de 2009

dor que mais dói

A dor que mais dói é não conseguir fugir e enganar a consciência que constantemente acorda por doer.

A alma que dói chora fundo.


sábado, 16 de maio de 2009

A dor e a chuva

Não sei o que aflige a todos os seres, até mesmo aos mais pequenos, mas apenas sei o que mim me diz respeito. Sentir dor, seja a física ou a da alma, é sempre desagradável e nem sempre inevitável, porém sou daqueles cuja opinião se declina a favor da dor da alma como que a mais sentida e a menos visível.
Por vezes gostaria de me poder ligar às pessoas, saber o que sentem, apenas pelo toque, assim como a chuva que cai e nos toca no rosto descendo até ao queixo e que, por fim, cede, lendo, nesse pequeno trajecto feito, o sentimento que por trás da pele, músculos, pequenas fibras, tecidos, ossos e órgãos se esconde. Se eu fosse a chuva, que torna possível a ligação entre céu e terra, que nunca em toda a eternidade se misturarão, poderia, eu, ligar dois corações? Contudo, se os nossos pensamentos e sentimentos já nos servem para atormentar não queiramos nós entrar no dos outros...



sexta-feira, 15 de maio de 2009

A minha desilusão dá lugar a algo, completamente novo

Desilusão, raiz dos únicos problemas que me atormentam neste momento. Neste preciso momento. Tudo o resto para mim não é nada. A desilusão é a única coisa que existe. E é a fonte, da dor de cabeça que tenho, do meu estado de espírito actual, e das longas conversas que tive o cuidado de partilhar hoje, com amigos e colegas. Não porque eles precisavam. Mas porque eu precisava.
Reconheço a origem deste tormento que teima em não me largar, e parece-me óbvio qual é. O problema da desilusão surge do exagero das ilusões. Mas a verdade é que eu nunca soube que era um exagero, se não nunca teria tido ilusões. Se fossem de facto um exagero, então teria sonhos. Mas não o eram. Todos os meus desejos e projectos eram ilusões. Ilusões possíveis de se concretizarem. E apesar de lhes chamar ilusões, ainda assim, tinham hipóteses de se acontecerem.
A minha mente raciocinou, montou e calculou. Para chegar a uma resposta logicamente certa, toda a minha consciência virou um exercício matemático, e o resultado foi positivo. O futuro parecia ser aquele que eu queria. E mesmo assim, assumi que eram ilusões. Assumi que andava a elucidar as minhas ideias e a toldar a visão da realidade. E fi-lo, porque num último acto de puro êxtase, acreditei que as coisas iam correr como eu queria. Não fosse a realidade bater-me de frente, e mostrar quem manda.
Agora que vejo, entendo a desilusão. Parece-me comum e justo ter projectos que no fim, serão apenas mais um documento numa longa biblioteca de falhanços. Não me posso queixar, nem mesmo elogiar, pelas minhas ideias. São ideias com um início em todos os intelectuais que estudei e revi, mas no fim, tudo ia dar a mim. O meu projecto, o meu mundo de hipóteses. A minha visão de algo diferente. Algo melhor. E as minhas ilusões, que cheguei mesmo a pensar no sucesso de tal empresa, simplesmente falharam.
E agora que contemplo tudo isto que jurei erguer, com o meu suor e voz, vejo que tudo não passa de uma enorme desilusão. Que enquanto montava as minhas ilusões, os meus projectos e os meus sucessos, não julguei que poderia falhar. Enquanto corria no meu pensar festas e comemorações, quem sabe brindes até não poder mais, não considerei a hipótese de tudo correr mal. Agora, tudo caiu. Tudo o que quis caiu. E as ilusões com que me enchi tornaram-se uma droga, que me faz vergonha só de ver.
E enquanto a desilusão se apodera de mim, não controlo mais quem sou, muito menos quem jurei ser. E assim, desiludido e caído pelo peso do falhanço de quem infelizmente sou, sinto uma nova cor em mim. Um novo sentimento, que ainda me deixa sentir a desilusão, e ainda assim, explora novos terrenos no meu ser. Este sentimento magoa, mais do que qualquer ilusão. Este sentimento causa-me marcas e feridas. E a larga cicatriz que desenha agora no meu peito, como assinatura de uma obra de arte acabada, chama-se Dor. E dói, dói muito.

Sorriso Ingrato – 15.05.09

sábado, 2 de maio de 2009

O meu voar

O meu voar é o meu sonho, voar fazia-me feliz.
Ai, se eu pudesse voar, eu não estava aqui, eu ia por aqui e por ali até encontrar o meu sitio ideal, e nem ai pousava. Ficava a olhar e a apreciar, se pousasse podia deixar de ser perfeito, e eu quero algo perfeito. Voar fazia-me perfeita. No ar toda a gente é estrela.

Mentir

A minha maior mentira é fingir ser. Todos os dias eu minto. Eu minto-te. Minto a toda a gente. Minto a quem quer ser enganado e quem não quer. Eu sei que também me mentem, mentir é humano. Mentir é necessidade. Eu minto por não saber ser eu, minto pela falta do que me faz dizer a verdade. Quem não mente?

terça-feira, 28 de abril de 2009

voar para voar

Gostava de poder voar só para voar um pouco para fora de mim... poder olhar-me nos olhos e descobrir-me... e voar.


Voar



Se eu pudesse voar, desceria nunca mais..



segunda-feira, 27 de abril de 2009

A mentira que peca por ser necessária


A minha pior mentira, e de tantas outras almas por aí espalhadas, creio, roubando algumas palavrinhas a Bernardo Soares, é ser, em determinadas situações, como um actor em palco, está lá, porém, ao mesmo tempo, é outra coisa.


domingo, 26 de abril de 2009

Sentido Voador

Levanta as asas e voa anjo. Pois és perfeito, feliz e altruísta. Sorri, pois para ti o mundo é belo. Os teus olhos são grandes. Olhas para todo o lado como se fosses criança curiosa. Sorris, pois és feliz. Levanta os braços anjo, e abraça o mundo. Dança comigo anjo. Leva-me para esse teu mundo azul e plano. Deixa-me agarrar a tua mão e leva-me contigo. Bate essas asas brancas e faz de mim um anjo. Limpa-me de cicatrizes e de defeitos. Leva-me para esse mundo belo e voador. Leva-me para onde quiseres. Faz-me respirar nessas nuvens gigantes. Abraça-me anjo. Explica-me o que é o mundo. Faz-me o ser mais feliz do mundo. Beija-me anjo. Faz-me feliz anjo imaculado. Temo por ti anjo. E se te cortam as asas? Terão os teus anjos amigos, alguma maneira de te trazer de volta. Ou serás tu enterrado abaixo do solo como um renegado? Não, fiques triste anjo. Caíste a Terra e não consegues voar. Os teus anjos amigos ainda sorriem, como tu. Voam para a Terra para te abraçar, beijar e te levarem para um dança que só eles sabem. Todos sorriem, todos cantam. São anjos alegres, de olhos abertos para o mundo belo que admiram. Caíste para terra mas não estas triste. Cortaram-te as asas anjo. Mas és um ser perfeito e belo. Não voas mas existes. E isso, ninguém te tira. Ah, anjos voadores, levem-me convosco. Agarrem-me e não me deixem fugir. Levem-me nos vossos braços e deixem-me dormir, abraçado a vossos. Rodeado pela vossa felicidade e bênção. Sinto-me bem. Amado e feliz. Cantem me uma melodia de anjos e façam me esquecer o meu mundo, nem que por minutos. Adeus anjos. Pois, não sou o único a precisar de ser amado. Cuidem de quem mais sofre. Obrigado pela viagem, um abraço e até a próxima vez que me poderem ver, aqui na Terra, fechado no meu pequeno mundo redondo. A espera, a espera de voar convosco. A espera de ser anjo.

11/12.10.06 Anjo por um dia, ser humano toda a vida

A grande Mentira foi ser verdadeiro

Mentira. A minha maior mentira, foi dizer que digo sempre verdade. Porque o poder da mentira, revolucionou o meu mundo. O facto de eu poder dizer algo sabendo da sua certa falsidade, e ainda por cima ver que todos acreditam em mim, fez-me notar o poder da palavra. E menti. Menti muitas vezes. Por vezes por necessidade extrema, outras por vontade mesquinha. Mas admito-o. Não que isso conte para alguma coisa. E hoje que penso nisso, reflicto. SOU bom a mentir. Não exige uma grande arte, a mentira. Não é preciso muito, talvez seja apenas necessário dispensar de algumas coisas. Cortar com a alma. Cortar com o peso na consciência. Cortar com a sinceridade do olhar. E estamos aptos a mentir e a elucidar todos aqueles que se apresentem à nossa frente.
Vantagens? Haverá alguma vantagem na mentira? A verdade é que quando mentimos, alcançamos algo. Ou conseguimos evitar que algo nos afecte. E esta possibilidade altera toda a nossa percepção do exterior. Porque quando se está a mentir, o mundo altera o seu rumo. O rio já não desce do cimo da montanha para baixo. Os pássaros já não voam. As pessoas já não te olham de lado. Tu és rei, tu és o lorde destas terras. Submetes todos ás tuas palavras. E todos te acreditam em ti. Porque tu até és um bom rapaz! Não fazes mal a ninguém. E só dizes a verdade. Ou pelo menos deveria ser assim. Todos te olham de frente e felizes, até perceberem que mentiste. E que mentiras disseste tu! Tudo isto, apenas para venceres, por uma vontade tão mesquinha e infantil, de ter razão.
Mentir, é admitir que se tem medo das consequências que podem ocorrer das tuas consequências. E nada deve ser suficientemente terrível, para te obrigar. A minha maior mentira, foi dizer que só digo a verdade. E recordo me actualmente, não sei bem como, de grande parte das mentiras que disse. Não das inofensivas, mas daquelas que as suas consequências afectaram alguém. Claro que não me afectaram a mim. E por isso é que menti! Mas afectaram a minha consciência, que calada aguentou com todas as minhas mentiras. Com todo o meu passado que mais ninguém conhece para além de mim. E menti, por mim e para mais ninguém. Porque me acho desinteressante. E quando faço algo, quero ter os lucros da vitória, mas nunca as consequências da derrota.
Recordo portanto, os pobres rapazes que injustamente foram acusados de partirem o vidro do ginásio, naquele último verão do século XX. Recordo aquelas meninas que com palavras bonitas ludibriei, para estarem do meu lado. Recordo todos os testes que copiei, e que menti descaradamente que não o fiz. Pode parecer pouco e inocente, mas o vício de o fazer foi tanto, que se não o tivesse feito, hoje estaria provavelmente um ano atrasado nos estudos. Recordo especialmente as pessoas, poucas mas impossíveis de negar, que enganei com todos os dentes da boca. Que as fiz acreditarem em mim e me acompanharem com orgulho. E estas mentiras, não me deixam. Quero dizer a verdade, mas a maioria das vezes já é tarde demais para admiti-la.
Está tudo dito. Menti e não o vou negar. Não quero mentir outra vez. Tudo começa com pequenas mentiras de criança. E acaba assim, inutilmente e estupidamente, sem sentido.

26.04.09

segunda-feira, 20 de abril de 2009

(não) amo

A maior mentira é dizer que não amo.

Pensar, sentir, amar fundo... e dizer que não amo.




quarta-feira, 15 de abril de 2009

Desistir ou não desistir? Eis a questão

Começar por dizer que não desisto é, desde já, a mais pura das mentiras, pois cada alminha viva, por vezes, dependendo da situação ou estado de espírito ou até mesmo por uma questão de bom senso, já se absteve de alguma coisa. Desistir é uma revelação, sendo esta uma afirmação com dois possíveis cenários, uma vez que pode revelar, por um lado, fraqueza de espírito ou, por outro lado, prudência. É também, não esqueçamos o óbvio, uma decisão, e sendo uma há que a saber tomar quando devidamente necessária e não refutá-la de imediato sem uma ponderação prévia, até porque mais são os desistentes que os fracassados.
Tendo sido o tema original, "eu não desisto", termino este texto dizendo, Eu não desisto de tomar a decisão mais acertada.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Desistir.

Eu não desisto porque até o mais reles ser no mundo precisa de coragem para o fazer, e eu nem essa tenho. Ao contrário do que dizem e falam, desistir não faz parte do vocabulário dos fracos, faz parte do dos fortes.
A minha vida é levada como o vento, pelo vento, na vontade de quem a quer. Eu fico a ver passar e a olhar, às vezes ponho-me na minha pele e ajo, normalmente é quando pareço louca, depois penso em desistir, e não consigo.
Desistir é capacidade dos conscientes, dos capazes, dos decididos, dos corajosos. Desistir é difícil, tem consequências, é cruel.
Eu queria ter desistido. Falham-me as palavras quando me tocam os sentimentos, e volto a pensar em desistir. Queria tanto. Pouso o lápis. Durmo. É o mais próximo de desistir que consigo.

domingo, 12 de abril de 2009

Eu não desisto

Eu não desisto. Eu ainda aqui estou. Eu fiz as minhas escolhas. Eu recebi as consequências terríveis das minhas decisões. Eu aceito o meu destino. E agora, que se lixe.
Eu não desisto, porque não me apetece. Porque me parece triste pensar que eu sou o único a querer partir. Oiço histórias de gente que se quer ir embora. Que transforma as pontes, conhecidos elos de ligação entre terras separadas por águas pouco profundas, em meros ferros altos com um salto e um suicídio directo. Eles desistiram. Mas não desistem todos. Alguns ainda cá estão. Outros tencionam por cá ficar consoante a sua vida. E contudo, a maioria tenciona viver até ao fim da vida. Pessoalmente não vejo porquê. O que anseia um ser, que quer viver até ao seu imparável coração desistir? Que deseja ele?
Uma família. Um cão talvez. Filhos. Um carro grande para levar a família para fora no fim-de-semana. Uma casa. Escola para os pequenos, faculdade para os maiores, trabalhar até à reforma para os graúdos. Não me motiva. Não me surpreende. Não me conquista. E contudo, não desisto. Será que também eu procuro o meu pequeno vício. O meu desejo para o resto da minha vida. Não sei pelo que anseio. Não sei para onde vou nem onde estou. Mas de momento não me preocupo. Aceito as verdades dadas como verdadeiros. Não questiono a realidade que é dada a acreditar. E aguento. Silenciado pelo punho forte da justiça. Preocupado com a poesia e alma errante. Sem desistir, ainda aqui.
Até quando? Não sei. Sei que não quero parar de viver. Apenas gostaria de viver noutro sítio. Agora, agora mesmo. Se calhar sofro da doença constante do ser humano. A eterna insatisfação. Não me parece. Esta dor de que sofro não tem nome. Não lhe dou um nome. Se tivesse um nome, já haveria a cura. Ou pelo menos a procura dela. Já haveriam livros, teses e conversas a falar sobre esta insatisfação. Esta frustração. Mas não existem. Nada define o que sinto. Tudo define o que eu deveria sentir. Mas não conto nada. Não vejo nada. Não acredito em nada. Resguardo-me no meu canto. Eu mais a minha doença rara, sem nome ou face para a descrever. Aguento-me, num silêncio puro e real.
Salto e acordo. Eu não desisto. É verdade. Não desisto porque se desistisse, não seria aliviado. Não teria vantagens. Não teria imagens. Não teria eu. E por muito que me despreze. Por muito que veja que a vida é difícil, e que a luta ainda vai no inicio. Concluo sempre, que desistir seria o fim. E gostaria que o meu fim fosse algo mais produtivo. Algo mais inteligente. Algo mais digno. Algo mais real. E desistir seria assassinar esse meu fim. Essa parede branca. Esse incompleto e tolo momento de puro silencio. Um silencio eterno sem nome para o definir. Não desisto, porque espero. Espero lá chegar, com alguma glória.

12.04.09

terça-feira, 7 de abril de 2009

só porque amo...

Eu não desisto só porque amo... e quando penso em desistir dou por mim a sentir fundo. E quem sente fundo e ama tem alma que não desiste.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se assim fosse..

Caso tudo fosse diferente ia além da imaginação e criaria as asas de cera que Dédalo fizera para si e seu filho Ícaro, mas, ao invés deste último, utilizá-las-ia para fugir à realidade enfadonha e monótona do nosso quotidiano, porém, com a devida cautela para não me aproximar do sol em demasia e cair. De cair, graças a outras estrelas ou corpos celestes, estou eu cansado (e dorido).
Só, percorrer céu e terra, nem por um mísero dia que fosse seria o suficiente para ser diferente e permitir o alívio de minh'alma. Se assim fosse..largar-me-ia da amarga realidade e embraçar-me-ia no vento. Destino? Desconhecido...

PS: Ni, desculpa o "assalto" ao teu blog, mas esta imagem era exactamente o que procurava. ;) Beijinho




terça-feira, 31 de março de 2009

E se tudo fosse diferente?

Se tudo fosse diferente, seriamos felizes. Pulávamos de pura histeria e morríamos todos de poluição sonora. Isto, se tudo fosse diferente. E afirmo-o sem rodeios. Pois, queixamo-nos de tudo. De todas as coisa, todas as horas do dia. Logo, se tudo fosse diferente, leva-me a crer que seríamos todos o oposto do que hoje somos. E aqueles que são felizes, como minoria que representam nesta sociedade, não me chateia se o deixassem de ser. Mas agora que penso no assunto, considero que mesmo os felizes continuariam felizes, pela pura incompreensão e irracionalidade que é ser-se feliz. Chega a ser tolo, sorrir e pular de felicidade. Mas respeito. È como o amor, só entende quem está por dentro. E os de fora, limitem-se a tapar os olhos, ou a apreciar o espectáculo que os apaixonados mostram sem pudor, sem vergonha, sem problemas. Entendo-os. Invejo-os.
Penso que se tudo fosse diferente, seria uma confusão. As coisas já são assim há tanto tempo, que me custa imaginar. E não afirmo esta dificuldade, por ter uma visão instruída para olhar em frente, não. Digo-o apenas, pois o “tudo” hoje é simples para quem o vive, apesar de complicado para quem o recusa. Aliás, para quem ainda tem paciência para o recusar. Porque de uma coisa não duvido, passa-nos na cabeça pelo menos uma vez, recusar o mundo como ele é. Até se revelar um projecto demasiado grande para nós. Imagino se fosse o contrário. A verdade é que as coisas são como são, e longe de mim tentar discursar sobre o que não consigo projectar. Consigo imaginar um mundo longe destes meus desabafos. Mas não imagino uma existência em que todos os irritados seriam acalmados. Em que todos os poetas seriam sóbrios. Todos os apaixonados, simplesmente odiados. Todos os ricos, apenas pobres e alegres. Enfim, se calhar escapa-me o que esta possibilidade de por tudo do avesso representa. Não alcanço e admito que não percebo, o que esta diferença permitiria. Não a faço, não a imagino.
Mas se me é permitido, tentarei elaborar uma curta visão deste mundo fantasia. Neste mundo, em que tudo é diferente, seria interessante ver que: sairíamos pelas janelas e abríamos as portas para deixar o ar e os seres rastejantes entrarem; andávamos com as mãos e não com os pés; e seriam os cães a passear-nos, nós a brincar todo o dia e a desejar incontestavelmente o nosso passeio pelo parque, e os cães, por seu lado, passariam as tardes a fumarem cachimbo e a lerem o jornal.
À proposta de por tudo diferente, ignoro-a. Que não me canse a minha mente já estoirada. Que não me pergunte sobre o diferente. Se o diferente é fora do comum, nada é diferente e tudo é igual. Ninguém é único pois todos se copiam. Nada é original, pois é logo copiado e feito em série. Limito-me a ver que, se tudo fosse diferente, seríamos felizes. Pois não o somo agora, em que tudo é igual ao que era ontem. Não somos felizes. Eu pelo menos não sou.
Felizmente.

Sorriso Ingrato - 31.03.09

segunda-feira, 30 de março de 2009

Se tudo fosse diferente...


Se tudo fosse diferente agora sorria... e não seriam palavras tristes as que inundam a alma. Mas, se tudo fosse diferente, as recordações seriam outras e eu gosto destas.
Se tudo fosse diferente eu não me perder-me-ia na (in)diferença, mas, provavelmente também não me acharia tão certa do que sou: aparentemente (in)diferente.





domingo, 22 de março de 2009

Desabafo (2 de 100)

No fundo o que eu queria era uma família. Era poder contar com uma casa cheia de gente. Dois filhos educados Uma mulher que me ame. Um cão brincalhão. E uma fonte de rendimento suficiente. Não peço muito. Peço o sonho citadino. NEM em sonhos sou original. É terrível. É horrível. É uma merda. Oiço sons e músicas de artistas demasiado bem pagos. Tento me distrair. Vejo futebol, atletas que recebem por alguns dias de trabalho, mais do que eu alguma vez receberei por ano. Vejo-os a brilharem para mim. Espero que seja para mim. Todo resolve-se numa grande confusão de hábitos e costumes presumíveis. Perco tempo com idiotices preocupantes. Sou um tolo. Sou um idiota. Sou inútil. Nem é a auto-estima que me falta, é mesmo a inteligência. Reconheço a minha falta de esperteza, e contudo, não me sinto de nenhum modo mais inteligente.
Gostava de expressar esta minha angústia. Gostava de descobrir a melhor maneira de me fazer entender. Mas só consigo contar com estas palavras. Com esta pouca gramática que não esqueço. Estes sons viciados. Estas maneiras demasiado comuns. Demasiado estúpidas. Incompreendidas. Fracas. Que ódio. Sinto me sujo. Sinto-me incompleto. Gostava de poder ter uma família. Daquelas que aparecem nos filmes. Nos posters de publicidade. A particionar um produto qualquer, com um rótulo engraçado e uma utilidade sem dúvida dispensável. E aí ficaria, calmo e sereno. Sem preocupações ou confusões. Desde que pudesse sorrir. Que me pudesse dar por satisfeito. Sossegado. Alegre. Com um sorriso branco. Um filho aos pulos. Um cão com a língua de fora. Uma mulher a abraçar-me. Uma casa com móveis limpos e uma varanda fantástica. Uma comida na mesa e uma inocência gigante.
Entendo as drogas. Entendo a bebida. Entendo a loucura. Que razão temos nós para ficarmos sóbrios? A existência é a descer e contudo, procuramos cultivar um corpo que não aproveitamos. Desperdiçamos tempo com programas idiotas e incultos. Caminhadas longas e gente oca. Entendo quem quer fugir. Não valorizo a coragem de quem se levanta e enfrenta a vida. A vida? Qual vida? É corajoso erguer o pescoço e enfrentar uma sociedade que nos abafa? Que nos controla? Que nos manda parar e obedecer? Onde está a coragem, pois não a vejo. É ridículo, não há coragem em enfrentar uma sociedade em que a minoria manda e mata. E o resto abafa no silêncio. A coragem está em quem entende que é preciso saltar. Que é preciso sair daqui. Porra abandonar o navio! E quem sabe, fazer alguma coisa de jeito. Saltar para fora e tentar a sorte, longe deste barco que vagueia por mau porto. Aluanar-se em silencio. Ou foder o sistema. O homem por de trás da cortina. É preciso cortar-lhe o pescoço, que está demasiado alto e que tudo vê. É preciso abafar o seu poder. É preciso magoar, para poder viver. Finalmente viver.

certeza da dúvida

Vai-me na alma a dúvida de como se suporta a dor que a ciência desconhece…, no coração a vontade de bater certo... e na esperança a força de ser capaz.

sábado, 21 de março de 2009

Cultivo-a para ti, Déb



Cultivo uma rosa vermelha
Para meu amor verdadeiro....
Ainda que...
Me arranque o coração por inteiro...



terça-feira, 17 de março de 2009

Reflexo

A escrita, no que diz respeito à minha, é uma forma de expressão sem censura, quer em redacções, textos argumentativos, poemas, em todas as formas literárias possíveis. É o meu refúgio, onde vou buscar apoio para filosofias e sentimentos. Poder-se-à dizer, e correctamente, que ela é o meu reflexo, como se estivesse me olhando num espelho ou, ocasionalmente, olhando para o mar contemplando um reflexo pouco perceptível perturbado pelas suas movimentações e ondulações. Revendo-me em qualquer um, todavia, faz com que me deixe de sentir um bloco preso e estagnado no fundo do oceano, limitado pelas condições que o envolvem, emergindo à superfície e tornando-se uma nuvem que pode escolher a corrente de ar que lhe convém. A escrita ganha vida e a criatividade renasce.



Que efeito tem a escrita em mim?

Porque é que escrevo? Porque posso. E se não pudesse, escrevia à mesma. E para mim, surge-me como uma resposta inabalável e sem dúvida inquestionável. Escrevo, porque posso. E quando escrevo, solto-me das correntes que me prendem. Valorizo os sentimentos que partilho. Admiro o mundo em vivo. E esqueço os preconceitos que nos desunem. Porque quando escrevo, o mundo é meu. Uma folha branca é como um quadro por pintar. Eu sou o artista. Eu sou o alfa e o ómega, a menos que me falte a tinta na caneta. Eu sou aquele que ordena e comanda as minhas acções. Eu sou quem quiser ser. Que raio, eu não sou eu! Eu sou tudo. E como tudo que sou, quando escrevo, sou quem quiser. Posso partir de um ponto e ser um indivíduo louco a descrever mais um dos meus desejos reprimidos. Salto num segundo e sou uma inocente criança a questionar-me sobre a mente adulta e a sua deficiente capacidade motora. Voo e ergo-me como um homem de uma justiça incomparável, lanço o meu olhar confiante, e mato dragões e outros monstros de cabeça dura. Perco o olhar de justiceiro e levanto a cara numa tarde chuvosa. Sou agora um boémio e um vagabundo da vida. Escrevo poesia e prosa num sótão com vista sobre Paris.
Eis a razão porque escrevo. Porque posso ser tudo, sem nunca deixar de ser quem sou. E com isto, não quero parecer um entristecido que sofre de uma dúvida existencial e que foge para dentro de personagens cativantes, apenas por não gostar da fase que vê sempre ao espelho. Não, eu até gosto de quem sou. E por gostar de ser eu mesmo, é que preciso de escrever. Pois cansa-me sentir que nunca irei mudar. Cansa-me estar tão satisfeito comigo mesmo, que sinto que há tanta vida que estou a perder. Tantas verdades alternativas que não estou a viver. E nunca terei tempo suficiente, para ser tudo. Nunca irei combater dragões, nem nunca serei um indivíduo com uma infância diferente. E a escrita, permite-me ser tudo e contudo, ser sempre o mesmo. E faço-o inúmeras vezes, quase num acto sobre-humano. Nem que seja apenas numa folha A4 e sempre o mesmo estilo de letra.
E quando ponho para o papel, tudo aquilo que sinto, tudo aquilo que quero dizer, uma sensação única percorre-me. Como se tudo fizesse sentido. Como se a minha existência tivesse algo palpável. Algo para admirar. Algo para elogiar. Algo para relembrar. Para me sentir mais do que um indivíduo numa foto. Mais do que um simples nome numa lista. E sinto tudo isto, ainda sozinho. No meu canto. Com um papel e uma caneta. Sinto-me único e especial, pois nunca me sinto sozinho, apesar de aparentemente ninguém me rodear. Sou eu próprio e como quero ser. E isso, ninguém me tira.

Ingratidão – 17.03.09

segunda-feira, 16 de março de 2009

... sou eu

O que escrevo é que o consigo dar de mim... é o rosto dos gestos, dos dias... É do que sinto o que ganha palavras.
O que escrevo sou eu na forma que me sei dizer.


domingo, 15 de março de 2009

A minha escrita.

Eu escrevo conforme as palavras querem sair. Penso no tudo e no nada. Preencho-me. Sinto-me feliz nos instantes em q as palavras me dominam e satisfaço-me. Não penso em ninguém. Só me quero a mim. A minha mente, perversa, complicada, dominada de pensamentos tem asas.
Eu acordo sem saber quem sou, tudo depende.
Escrevo. Solto-me. Eu posso ser quem quero, posso ser o que quero. A minha imaginação leva-me a todo o lado e grito.
A minha escrita sou eu. Que coisa há de melhor para mim?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Início, meio e fim

Os começos tem uma razão, um impulso que nos leva a tomá-los, uns conscientemente e outros tantos não. Todo o ciclo das coisas tem um início, um meio e um fim não obstante a sua duração, tal como este texto, independentemente do seu tamanho.
Não sei por onde dar novos começos e a quê respectivamente, e quando os dou são, decerto, quase inconscientes. No presente momento encontro-me, isto se a minha vida fosse uma competição desportiva, na fase regular, os playoffs, altura das decisões importantes, de onde surgem os começos, virão mais tarde.
Um novo começo portanto, sabe-se lá de quê, nesta minha vida passageira, faria agora sentido nenhum (tal como o título deste texto...).

quarta-feira, 11 de março de 2009

... quase de novo

Começo sempre diferente... com sonhos mais altos e mais medo de sonhar.
Começo sempre cheia de passados quase vazios e pés assentes num futuro ainda cheio de vazio e sonhos.
Começo sempre... quase de novo.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O que seria um novo Começo, agora

Vamos começar. Pergunto-me então, como posso acabar? Como posso acabar tudo aquilo que comecei. Quero por fim. Quero mudar. Posso, e vou mudar. Não sei é como. É sempre complicado mudar. Faz parte do ser humano procurar a perfeição. Procurar a segurança, o bem-estar e tudo o que é bom. E para isso, estamos em constante mudança. Porque na nossa cabeça estúpida e idiota, ignoramos que é impossível estarmos bem. É impossível estarmos numa inquestionável segurança. Num bem-estar impenetrável. Numa vida perfeita.
Mas decido mudar. Decido mudar agora. Agora que tudo parece correr bem. E porque este desejo? Porque me sinto insatisfeito. Sinto-me cansado das mesmas atitudes e gostos. Das mesmas faces e caminhadas angustiantes. E portanto vou mudar. Será que devo abdicar do que tenho, para mudar? A mudança requer uma alteração. Uma concentração. Uma morte e um nascimento, premeditado, calculado. Arriscado, sem dúvida. Será que quero correr esse risco? Fugir desta falsa segurança que tanto me garante e dá.
Mudar, para melhor. Não estarei eu bem? Tanto me falam em mudar. Em saltar e arriscar. Mas eu gosto como estou. Gosto de quem sou. Gosto de ser como sou. Contudo, entristeço-me várias vezes. Entristece-me ver que nem sempre dou o meu melhor. Que olho em silêncio as consequências terríveis das minhas acções incompreendidas. E sinto-me mal. Sinto que seria capaz de tudo. Que seria capaz de agir e multiplicar-me. Que nada representa o impossível. E que sou capaz de tudo, se apenas mudar e me tornar em alguém diferente.
Mais competente. Mais inteligente. Mais forte. Preciso de mudar! Tantas promessas. Tantas esperanças. Tudo seria melhor, se apenas mudasse. Se fosse mais do que sou. Se fosse capaz de ultrapassar a barreira que me defende. Que me impede de sair. De saltar desta falsa segurança. Basta-me querer. Basta-me saber, que tudo será melhor. Um pequeno esforço, um pequeno salto. Mas não. Fico-me por aqui. Este é a minha vida. Não vou fazer saltos repentinos. Talvez, se tudo correr. Se sentir que o mundo está a desabar, e que eu não me aguento.
Aí, sim mudarei. Mas agora? Agora fico-me por aqui.

6.03.09

O meu novo começo

O meu começo é hoje. Foi ontem. Será amanhã. Já não tenho dia certo, data marcada, vida.
O novo é hoje. São todos os dias que acordo, que recomeço. Que espero. Anseio. Perdida nos momentos vazios, eu aguardo, sem sonhar, o meu começo.
Naqueles tempos eu parei. Eu sentia, recordava e lembrava. Tinha motivos e razões, não precisava de nada mais.
Ser de hábitos, eu.
Habituei o meu ser a rir, a chorar, a divertir e a sonhar. Fiz todos, incluindo eu, acreditar naquilo que eu quis ser. Aquilo que eu era não chegava, nem servia. Tentei sempre ser melhor, tentei quase sempre estar à altura do que esperavam para mim. E não valeu a pena. Nem vale.
Eu lembro-me dos dias que acordava e era igual a dormir. Em que o vazio era grande. Nos dias em que eu, tal como desenho animado, tinha uma grande nuvem preta por cima de mim. Tentei tudo. O que devia e o que não devia. Fracassei. Quantas vezes, quantas… Os planos que fiz, já lá vão. Longe, tão longe.
Como sempre tentar não chegou, não foi suficiente, como nunca é. Eu encontrei sempre o nada a minha espera e eu quis sempre o tudo. Os olhares não eram nem são suficientes. Sinto-me fechada. Feia. Tenho um ar no lugar do coração, lá não há nada, não pode. Torno tudo físico, externo, e finjo. Finjo que sou feliz e realizada. Finjo que valeu a pena e que aproveitei. Finjo.
É… Isso eu sei fazer. Valorizo-me na mentira e no parecer. A ilusão.
E depois houve aquele dia. Sozinha, eu não aguentava mais. Eu não conseguia acordar, dói tanto, a ausência de sentir, de tudo e do nada. Eu não conseguia sorrir. Não conseguia pensar. E sentei-me. No chão duma casa de banho. A minha casa de banho. Nem isso era meu. Água. E o que precisava para tentar ao meu lado. A minha cara estava molhada, as lágrimas. Esvaziei. Tinha que ser. Mas até nisso fui fraca. Hoje não sei o que tinha sido melhor.
Uns tempos depois fui feliz, amei e sorri, quase que parecia real, quase que era possível. E eu quis para sempre, lutei para sempre. Mas não há para sempre. Não existe. Não para mim. E eu senti-me fracassar outra vez na única coisa que eu achava ter feito bem. Não é justo. Nada foi para mim. Nunca. Sinto-me uma pobre coitada. Durante os meus fingimentos tenho pena de gente como eu, e de alguns nem isso, consigo dizer que são pessoas que não querem nada disto que chamamos vida e são assim porque querem. Não são. E eu sei que não.
A noite é o meu lugar. A minha cama. Permito-me ser eu nos meus quinze minutos deitada antes de adormecer. Eu choro. Eu sofro. Eu sou eu. Infeliz. Insegura. Fraca. Carente. Sozinha. Tão sozinha.
E no dia a seguir acordo. E recomeço. Todos os dias. O meu novo começo.

domingo, 1 de março de 2009

esperança...

É de que cor? De todas as cores?
Tem som? Como nos fala? (En)Canta?
E tamanho? Tem tamanho?
Deve ser tão velhinha... Sempre ouvi dizer que é a última a morrer...
(Tchii...) Deve ser mesmo forte, resistente... saudável! E já deve ter uma família tão grande. Deve ser giro conhecer tanta gente e fazer parte dela. Será que não se esquece de ninguém?
Acho que é assim a esperança... embora nunca a soubesse pintar. Acho que é um mar de dúvidas que nos mantém acordados na expectativa da(s) resposta(s). Acho que é uma magia que nos pertence.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Esperança

Ultimamente muito se tem falado sobre a esperança, graças, claro está, ao grave período de crise que Portugal e o resto do mundo atravessa neste preciso momento. Muitas vezes me foi dito para ter esperança para, por exemplo, cumprir os objectivos aos quais me propunha, porém nunca gostei de ouvir este paraíso dos cépticos que a esperança é e que tanto declamavam, uma vez que nunca fui dotado de uma grande virtude denominada paciência, portanto digamos, porque é a mais pura das verdades, que sou uma pessoa impaciente.
Creio que ter esperança não fica muito longe de ter paciência e muitas coisas se perdem por excesso desta última, e tal como me ensinaram desde pequenino tudo em excesso faz mal. No que sucede hoje em dia presumo que a impaciência se deveria evidenciar um pouco mais para que aqueles que nos atiram areia aos olhos e nos alimentam de esperanças comecem a aprender algo.

Ela foi-se, eu fiquei.

A minha esperança um dia foi-se, cansou-se de estar sentada.

Diz-se que temos que ter esperança, que esse deve ser aquele tal sentimento que devemos preservar, acima de todos os outros, que nos protege.

Já não acredito.

Nem todos os sentimentos se preservam, nenhum é eterno. As nossas atitudes e comportamentos incidem sobre aquilo que pensamos e sentimos, no entanto, há milhões de pessoas com depressão diagnosticada neste país - não me parece que a esperança ande por aí.
É de alguma forma incerto o dia de amanhã, mais incerto é o nosso jovem pensamento. Hoje afirmo na minha breve certeza de tudo, que a esperança se foi, se é que algum dia ela existiu.
Um dia fundamentei toda a minha vida na esperança do para sempre, o meu para sempre não existiu. E essa não era a primeira vez que eu fundamentava a minha vida nalgum tipo dessa tal esperança. Houve também um dia em que as minhas certezas diziam que justificava ter comportamentos baseados na esperança de ficar bem, mudar tudo cá dentro. Esses comportamentos também não ajudaram, e a esperança também se foi.
A verdade é que nada se baseia na esperança do que poderá vir a ser, e é tão mais fácil viver apenas com o presente, na certeza da existência do futuro, sem esperar os benefícios que ele poderá trazer.
E esta não é a primeira vez que penso na esperança, e não é certamente a primeira vez que concluo que a esperança é o sonho de grandiosidade que todos anseiam, a esperança é o desejo por algo físico e palpável, sempre maior e melhor. Raras são as excepções. A esperança é como tudo, injusta.

Um dia vou querer dizer que esperei, que acreditei e valeu a pena, o destino guardava-me algo que eu não iria odiar, que me fizesse querer estar presente, que me fizesse acreditar que a esperança existiu e valeu a pena.
Um dia eu quero saber que fui feliz, e que esperar e acreditar me ajudou. Deu-me oportunidade de sonhar e ir mais longe, procurar o meu melhor. Porque eu sou o comum mortal, egoísta e fraco, cuido-me.

Foi tempo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Esperança nesta minha humanidade

Flutuo alto. Não baixo, em baixo ficam os frágeis e tolos. Voou longe. Estou sem esperança.
Para onde foi esse sentimento de esperança. Esse sorriso e essa vendeta? Algures no tempo. Numa caverna esconde-se o ultimo refúgio do além. Do ser em busca de um doce tocar de renovação, e intelectualização. Na ordem. Na sua ordem. A ordem que devia ser a que rege e elege o que se deve fazer. A seguir, e não vou fingir, vem a minha confissão: não tenho esperança. Mas por esta altura já é perceptível o sentimento de pura desilusão. Desilusão pois fiz questão de ter sempre razão, quando procurava edificar princípios para os cultos e incultos.
A esperança, essa que aguarde e fique, na mente das crianças. Aquelas que ainda esperam pelo que desejam ver feito. Aqueles que sonham e se portam bem, na espera aguardada, claro, de verem o seu esforço ser recompensado pelo seu elaborado trabalho. Mas nada se mexe. Tudo enlouquece. A espera é cansativa, dedutiva e certamente conclusiva. Nada acontece. E este ser, que aprendeu que quem espera, nunca alcança, decide agir. Digo-o, de minha justiça, pois também eu fui assim.
Hoje não. Hoje soletro o que penso. Reflicto no que compreendo. E por vezes, digo de minha justiça o que é, mesmo não sendo. Hoje sou um insubordinado, não pertenço a ninguém e não sou preso ou aficionado a nada, nem a um ser humano, ou a uma qualquer maioria eleitoral. Hoje sou um símbolo na minha mente de siglas e códigos lógicos, sem relógios. Ninguém cumpre horários na minha mente. Hoje, sou um ser esperança. E sem esperança, nada espero. Faço tudo por minha conta. É uma doença confiar em alguém. Não confio em mais ninguém. Sou eu que rego e ordeno o meu ser e parecer. Ninguém irá fazer nada por mim, não porque não me apreciem, mas porque dispenso ajuda. Dispenso que me façam erguer o meu sorriso, num agradecimento. Se um dia o faço, lentamente enlouqueço!
Não. Hoje não tenho esperança. Hoje sei que a humanidade se rege por um parecer imprevisível. Nem da incerta humanidade eu espero a sua imperfeição. Não espero, pois se esperasse, teria esperança. E não me rego por esse sentimento. Eu sigo por um caminho. O meu caminho. E o meu caminho não tem sentido, por isso, não o entendam. Não o esquematizem. Não o matematizem, nem o percebam. Não quero que o façam, nem agora nem nunca. E retiro o que disse, chamei à humanidade imperfeita pela sua imprevisibilidade. Quero que a humanidade continue assim e não entendem o que disse como critica. Já perdi a esperança na humanidade, mas não perdi o interesse. A humanidade continua-me a surpreender. A sua genialidade em corromper e maltratar os seus princípios e ideias, é de loucos. É de poucos e é de louvar. Continuem, por favor.
Que me distraiam. E que me façam pensar noutros assuntos. Noutras coisas que não a minha falta de esperança. A minha falta de edificação, no meu coração. Na rara alteração da minha percepção, nesta óbvia podridão. Por favor, continuem. São imprevisíveis. Não tenho mais esperança em ti, humanidade.

24.02.09

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Boas Vindas ao novo membro

Venho dar as boas vindas ao novo membro do blog, SerAlguemNoEscuro (que veio substituir o ausente Pedro F). Os contribuidores são agora 50%-50%, dois rapazes e duas raparigas. Esperemos que gostes da tua estadia neste blog.
O tema desta semana é a esperança, já esta sexta podes colocar aqui o teu primeiro texto, a partir de sexta e até domingo. Segunda surge um novo tema =)
Cumprimentos e bem-vinda!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Música: Together we will live Forever

Para melhor expor a música que me toca, decidi fazer um vídeo, com um texto meu. Podem intreperta-lo como uma nova abordagem ao mundo da escrita. Mas no fundo, foi algo que me ocorreu quando ouvia esta música “Together we will live forever”, do fantástico filme “The Fountain”. Recomendo o filme, assim como a banda sonora.

Espero portanto, ao dar o meu contributo neste tema, que o blog seja relançado após este breve intervalo. Cumprimentos. (Ni, espero teu tema =)


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Olá!

Vim um pouquinho antes de Fevereiro... (peço desculpa pela aparente ausência... mas o tempo é mesmo mau amigo quando corre.)
É difícil escolher uma música... é difícil juntar tudo numa música... É difícil sermos e cabermos numa música. Talvez "Só" seja a minha música.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Voltaremos

Fevereiro será o mês de um novo ciclo.
Até lá.

Cumprimentos

sábado, 24 de janeiro de 2009

A música que me toca

Não tendo realizado o texto do tema anterior, relativo ao silêncio, faço-o em comunhão com este novo post, não entrando, portanto, em detalhes, pormenores, palavreado extenso. Apenas proponho que escutemos no silêncio da nossa alma a música que me toca e que, talvez, vos toque também.



Loneliness -

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Hoje, num silêncio diferente... (mas ainda sem a música que me toca)... quero desejar a todos um Feliz Natal.

Que a alegria do Natal seja o ponto de partida para um Ano Novo cheio da conquista dos sonhos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Silêncio

Ensurdecem estes gritos surdos do silêncio que acalmam e enlouquecem a alma.
Choro e sorrio numa insanidade que o silêncio impõe.
E agora... cá dentro... um nó que o silêncio aperta.



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Silêncio

Assalta-me o silêncio. Toma tudo a minha volta, num ataque terrorista ao que é meu e só meu. Toma o som e a música de um só trago. Consume a minha audição, característica que tanto prezo. Estou sem barulho. Sem som. Estranha sensação. Estou constantemente a ouvir coisas variadas e disparatadas. Conversas de gente que dispenso a minha apresentação, sons de aparelhos metálicos e com luzes a piscar, tic-tac como um tambor na minha mente. E agora, nada! O silêncio. Reconheço-o facilmente, pois é sempre igual. O absoluto vazio do som. Perfeita harmonia de falta palavras e consoantes sem semelhante algum. Apesar de não ouvir nada não consigo deixar de, talvez num acto distraído e altruísta, colocar questões que merecem resposta. Mas não quero ser invejoso e tirar daqui o silêncio que acabou de se instalar e que veio para ficar. Desconheço a linguagem gestual e sou muito mau em mímica. Sempre fui dado às palavras. Tal é a magnitude deste silêncio, que não o vou perturbar com a minha voz. Mas gostava que me respondessem. Procuro me expressar. Procuro questionar, mas faço-o sem falar. Não vou ser eu a quebrar este silêncio cristalino.
Porquê cristalino? Não é possível ver o silêncio, e duvido que consiga focalizar este fenómeno estranho. E por fim, não envelhece nem se altera com a idade. É sempre constante e preocupante. Mas disse cristalino, que seja cristalino então este silêncio vasto e organizado. Organizado, porque é ordenado e sem falhas. Sim, organizado já faz mais sentido. Parece ser uma palavra mais adequada.
Ainda assim tenho questões a serem respondidas. E não se tratam de questões da minha articulação e organização vocabular, disso trato com a minha professora de gramática que pouco me ensinou e muito me baralhou. Gostava então de questionar o silêncio, sobre a razão desta invasão repentina. Terá sido algo que eu disse? Terei eu ofendido o silêncio, com todo o barulho que fiz ao longo desta minha vida? Gostava de me expressar e falar com o silêncio. Perguntar como vai e o que é que o preocupa. Mas não o vejo, nem lhe toco. Apenas o consigo ouvir. Ou será que não ouço? Será possível ouvir o silêncio? Questão incessante esta! Ora bem, o silêncio é a ausência de som e eu só consigo ouvir o som. Portanto se não o ouço, nem vejo e nem pouco sou capaz de o cheirar ou tocar, por deus, quão sozinho deverá estar o silêncio! Carente de algum tipo de afecto e conversa com alguém disponível. Abandonado, o silêncio, na noite escura e pelas ruelas da minha velha cidade. A deambular por entre quartos de apaixonados que se olham nos olhos em pleno silêncio, sem trocar uma palavra. Mas basta uma palavra, uma só e lá vai ele embora para longe.
Agora que escrevo estas palavras, noto que não estou mais acompanhado pelo silêncio. Por cada letra que coloco, um pequeno som me acompanha. Ao longe, outro som dispara, acompanhando o barulho que se começa a instalar. Uma música por baixo algures à minha volta, uma discussão do lado de lá e um crepitar de comida a fazer-se na minha cozinha branca. Não se faz sozinha a comida, e eu já estou com fome. Mas sem querer ofender o pobre do silêncio, com o som involuntário das minhas dentadas e esforço por mastigar a dura carne que aquece e arrefece dentro em pouco, vou continuar então a reflectir com silêncio (mas infelizmente, sem ele).
Não vejo o silêncio. Mas sinto-o, sim claro, sinto o silêncio. É pouco discreto! Quando chega, faz-se logo notar. Cria um pequeno vácuo, sem ocupar espaço algum. Mas mesmo assim deixa cada um desconfortável. Não é bem-vindo, o coitado. Não ocupa espaço, lugar ou habitação. Mas estranhamente, obriga alguém a falar e mandá-lo embora. E alguém fala, ao fim de algum silêncio. Falam a língua da união e iniciam uma conversa vaga ou complexa. Parece que o silêncio tem uma certa vontade de unir as pessoas. Saberá ele o que se passa, quando duas pessoas estão juntas? Saberá o silêncio, do bela que é a harmonia de gente a falar, a amar e a viver? Penso que o silêncio vive muito mal. Vive num mundo onde não há ouvidos. Vive num mundo sem músicas, sem conversas e sons naturais. Ainda assim, acredito que talvez viva num mundo com cultura, pois os museus são silenciosos à noite e ninguém o pode perturbar quando reflecte sobre as obras de um pintor consagrado e adorado. Talvez, ainda assim, ele viva apenas num mundo onde todos estão mortos e onde fala, claro. Que mórbido pensamento! Mas contudo, adequado penso eu. O silêncio vive sozinho, coitado. E mesmo o mudo e surdo provoca som sem sabe-lo. Vive abandonado. Este silêncio que me invadiu à pouco, volta. O som à minha volta caiu. Escrevo devagar, agora. Não quero ouvir nada. Quero a total ausência de som. Quero o silêncio. Deixo-o comigo, só por um pouco. Quero percebe-lo, quero entende-lo. E tão rápido veio como se foi. O barulho voltou a tocar-me. Uma melodia começa a tocar, a discussão volta a acender e ao longe o som estranho repete-se. A refeição na minha cozinha branca já começa a cheirar. Começo a cheirá-la…
O cheiro! Quão divertido deverá ser o cheiro, sempre acompanhado por alguma coisa ou alguém, pois nunca vem só! Sempre acompanhado e sempre com um aroma diferente. O cheiro.
Que posso dizer do cheiro?

9.12.08

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Solidão, e então?

Sinto-me só, quando estou acompanhado. Invadem o meu espaço pessoal e matam um pouco de mim. Que querem eles? Deixem só. Eu e a minha solidão. Tenho tudo o que quero aqui à minha volta, e não me levanto nem me sento. Apenas estendo os braços e alcanço o que quero. Não preciso de pedir nada a ninguém. Não dou respostas e raramente coloco perguntas. Cá estou eu. Eu e apenas eu. Pergunto-me, o que quero eu? Será que consigo alcançar tudo sozinho? Preciso eu de mãos e conselhos em demasia, para ser capaz de vencer? Prezo a minha solidão. Prezo a minha sala vazio. Preço o meu sorriso, ao longe num espelho. Não quero mais que isso. Não quero estranhos a sorrir. Não quero desconhecidos, em breve, conhecidos. Estou satisfeito como estou.
Reconheço o prazer que sempre alcanço, quando estou com alguém que prezo. Sim, claro. Eu vejo o que se ganha e o que se perde no fruto da amizade. E não posso negar, que é tudo muito bonito. Mas eu, eu quero estar sozinho. Não me abandonem, porque nunca estiveram comigo. Não se preocupem comigo, preocupem-se convosco. Se todos seguirem as suas vidas, então fico satisfeito. Acredito que serei feliz, sozinho. Sozinho, tenho tempo para voltar a escrever. Para pegar no meu livro, que já parece um manuscrito medieval, tal é o pó e o mau estado que o acompanha. Sozinho, aprenderei a cozinhar. Experimentar algo aqui e ali. E será fácil perceber o que é bom e mau. Só tenho uma pessoa a agradar. E todas as respostas vão ser verdadeiras. Que mais posso pedir, que uma existência coberta de verdade, eficácia e lições de moral?
Estou portanto satisfeito, alegre e contrafeito. Tenho tudo o que quero, estou sozinho. O silêncio é, contudo, perturbante. Afecta-me toda esta rigidez na minha face. Não consigo ver a minha face com os meus olhos, e não sou o narciso. Não sinto necessidade de sorrir, pois não tenho ninguém para mostrar o meu sorriso. Se sei que estou feliz, porquê sorrir? Eu não me posso ver a sorrir. Estou condenado a ver o mundo sorrir, mas eu não. Conheço melhor a face de conhecidos do que a minha própria face. Sinto-me um desconhecido. E esta minha solidão acorda-me para quem sou. Questiono-me, alcanço e concluo cada vez mais sobre mim. Já não sou o estrangeiro que sorri para o mundo. Já me pareço mais seguro. Mais verdadeiro. Mais herdeiro da minha esperança, de um dia conseguir ser feliz.
E agora, vou procurar alguém. Estou cansado de estar sozinho.

08.12.08

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Gabriel

Chamo-me Gabriel e tenho dez anos. Ninguém brinca comigo, ninguém me olha verdadeiramente, todos querem-me longe… Sou uma criança, e como qualquer uma, preciso de brincar, sentir-me acompanhado e reconhecido. Mas, se me aproximo, o ar torna-se pesado, inúmeros olhos, cada par com um olhar depreciativo, mas diferentes de par em par, observam-me. Medo, aversão, desprezo são alguns dos olhares que decifro no meio de tantos outros. Paro. E o sorriso com que me aproximara desvanece… Por que me desprezam tanto? Sinto-me tão só…
Fora feliz, anos atrás, quando tinha os meus pais a meu lado, olhando e cuidando-me, mas assim o destino não o quis por mais tempo que fosse. Recordo com muito carinho meu pai, admirador de um grande poeta português que, com bastante frequência, lia e recitava a minha mãe e, ocasionalmente, a mim também. Um verso que ele proclamava desse mesmo poeta, quando desolado, era, «Pensar incomoda como andar à chuva», e andar à chuva, confesso, nem eu nem meu pai gostávamos, apesar da chuva, hoje, não me incomodar e o pensamento de estar só me atormentar. A chuva hoje faz parte de mim, enche o rio desconhecido que escorre há dias nos meus olhos, estes que, embora negros, em outros tempos foram brilhantes, cheios de alegria, felicidade e amor, porém, estes olhos negros, que a terra há-de comer, mais escuros se tornaram no decorrer do tempo.
A minha única companhia é inanimada, um urso de peluche de nome Branco, a cor da paz, ele que, ao invés de muitos, compreende-me, ainda que seja com silêncio, mas um silêncio que só ele sabe dar. Queria tanto ter uma palavrinha amiga, ouvir alguém dizer “Vem..”, mas só escuto o oposto: “Vai!”. Por que não gostam de mim? Será que é por não ter já meus pais que o mundo levou? Isso faz de mim um monstro, uma aberração que impede a aproximação e o amor de outros? Não sou um monstro! Sou, sim, sozinho… Vivo isolado, só. A solidão habita em mim e ninguém reconhece a minha existência… Queria, meramente, que alguém tomasse consciência do quanto me sinto abandonado. Alguém! Por favor, alguém…. …. …. …. …. …. Hum..? Quem és?... Queres que....agarre a tua mão?
Sorri..

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

a minha solidão

Dói.
Dói fundo.
Dói profundo.
Dói profundamente fundo.
Anestesia.
Não sei sentir.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Enerva-me tudo aquilo que eu quiser, agora és tu

Enervas-me. Enervas-me. ENERVAS-ME!
Não me dês como garantido. Vou-te trair. Vou-te magoar. Vais sofrer! Aviso-te, porque tenho consideração na tua pessoa. Aviso-te, por te quero ver chorar. Quero que saibas que odeio tudo e todos. Quero que me odeies. Quero que me recordes e chores. Quero que te lembres do meu sorriso psicadélico e enlouqueças. Lembra-te da dor que te vou provocar, vai deixar uma longa cicatriz. Vais chorar. Vais me perguntar: Porquê!? Que mal é que te fiz? Apenas jurei fazer-te feliz. Tomar conta de ti. E é assim que me retribuis?
Não quero ser amado! Não fui feito para ser amado. Quero ser livre. Quero ser mau. Quero ser cruel. Quero que saibas que sou assim! Olha para mim! Não desvieis o olhar. OLHA PARA MIM! Chora, entristece, enlouquece. Lembra-te da minha face. Quando acordares, lembra-te da minha cara.
Quero que sintas medo. Que sintas uma pequena sensação percorrer-te a espinha. Quero que recordes esta pequena dor. E que a multipliques por mil. Quero que te sintas pior ainda. Que não encontres prazer em acordar. Que não sintas prazer em sonhar. Que não sejas feliz. Quero tanto que me odeies. Quero tanto que te odeies! Quero que sofras, digo-o sem rodeios. Mas não te desejo mal. Eu não. Ah, ah, eu não. Tens de estar viva. Sorridente e alegre. Com um sorriso vermelho de sangue. Quero que andes de uma maneira retorcida e encontres prazer no que dói. Porque para ti só quero é violência. Quero-te a rastejar. Quero-te a gritar por mais. Quero que fiques louca!
Esquizofrénica, hipocondríaca e ninfomaníaca. Fica doida! Olha com dor e desejo para tudo aquilo que te faz sentir viva. Pensa que és o centro de um esquema louco, onde o mundo pôs um alvo sobre ti. Imagina em tudo o que te pode acertar, magoar e até matar. Tem prazer com qualquer um, vende-te e mata quem és. Assassina lentamente essa tua personalidade tão original, tão bonita. Errado, tão simples e básica. És inútil!
Salta, maltrata, grita! Estás sozinha. Estás presa. Vais morrer, eu sei. Quero que morras. Já tive o meu prazer. Quero que lutes contra as paredes que te sufocam. Podes tentar. Quero que tentes. Quero que choras em pura lucidez, e grites na tua ilusão de liberdade. Não és livre. És idiota. Presunçosa. Inútil. E não te quero aqui. Não quero alguém inútil como tu. Quero-te fora. Longe. Morta, num beco qualquer. És um animal, devias ser enjaulada. Espicaçada. Assassinada.
Morre. Enervas-me.
E como é que eu disse que te amava!

26.11.08

sábado, 22 de novembro de 2008

!!!!!

Detesto não ter tempo para fazer o que realmente quero!
Ah! tempo, que não me dás sequer tempo para ter tempo...
Não te repugno.
Mas na verdade...
Detesto o barulho,
Os ruídos irritantes desta vida na cidade.

EXPLOSÕES!

Barulho, ruído na minha cabeça!
Gritos, lamúrias, choro e guinchos..
Mata a ansiedade para tudo isto pereça.

O barulho prossegue..
EXPLOSÕES"#$%&/()EXPLOSÕES"/$)%/(%&$£§€

Saiam!
É intolerável!
Pereçam!
O estrondo...
A minha cabeça prestes a estoirar.

EXPLOSÕES!#$$%/»*&()=@£§€{[]}

DESAPAREÇAM!!!!!

O silêncio me olhava...

sábado, 15 de novembro de 2008

Enerva-me

Enerva-me não ter tempo... ter tanta gente... e não ter tempo.
Enerva-me correr atrás da vida e passar pela vida a correr.
Enerva-me enervar-me e peder tempo e vida.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Saudade

Saudade…palavra que desperta lembranças afectuosas, (re)lembra pessoas cuja ausência pesa… É uma palavra que não existe em mais nenhuma língua, o que torna o nosso idioma único. As saudades permanecem connosco, trazem memórias de pessoas e lugares, ficam cá ou, por vezes, são enviadas quando não ficam.
Foi com muita saudade que recordei a infância na semana passada, foi bom sentir a alegria da felicidade outrora vivida como criança e…sorri, exactamente durante quanto tempo não sei, mas sorri perante estas recordações como se fosse a primeira vez que o fazia, tal como uma criança tem o pasmo essencial no momento em que é confrontada com algo novo.
Todavia, não é apenas uma palavra, mas também um sentimento que perdura dias, semanas, meses, anos, quase uma eternidade conforme a intensidade com que foi marcado, se bem que por vezes dava jeito que a saudade viajasse, de forma a cortar o silêncio da distância que nos separa. Ah! saudade…de mãos dadas anda ela com o tempo, quanto mais ele passa, maior ela se torna.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Saudade


Vou ousar falar daquilo que não sei sentir.
Devo ser estranha... tanta gente já escreveu sobre o assunto, parecia fácil e ficou bonito.
Para mim a dificuldade parece estar em explicar o diferente brilho dos olhos de que a vê chegar e depois de quem não a vê partir.
Tudo é estranho... não muda de nome, mas a maneira como se chama. Primeiro, surge cantando depois, sem palavras (ou)vidas, grita-se: Saudade.
Chega ao de leve, toca nas memórias, liberta recentes recordações... Vê-se no sorriso aparentemente sem razão de ser e, talvez por isso, incomparavelmente lindo. É como uma brisa, renova a alma, passa e deixa um suspiro.
É nova, profundamente simples. É transparente... é o brilho bonito do olhar.
Hmmm... como é bom. Vive-se, partilha-se! ...
Mas, às vezes, vai permanecendo e explora-se. E aí, cresce... apodera-se. Tudo muda.





Nasce associada a pessoas e, dentro de mim, procura-as. Acomoda-se no coração. Só ela se sente confortável. O coração manifesta-se em investidas à alma. Acaba-se a tranquilidade. Cada respirar fundo surge aos solavancos, coordenado com a descompassada respiração de quem, à noite, para descansar, vira o lado molhado da almofada para o colchão.
Os sorrisos são escassos, são aqueles que eram antes gargalhadas.
E, porque deixa de ser bom vivê-la talvez se deixe de partilhar...
Os olhos nunca deixaram de ter brilho... Se não brilham de dia, brilham à noite, num olhar desfocado para o céu... onde se lançam perguntas, de onde, triste, não chegam respostas.
Às vezes, irrito-me comigo. Não porque ache que a esperança é a última a morrer, mas porque sinto que é muito mais que esperança.

domingo, 2 de novembro de 2008

Saudades, até ao fim dos tempos

Tenho saudades tuas. Sim, é verdade. Admito, sem vergonha. E magoa-me, é verdade. Magoa-me pensar que já não te vejo há tanto tempo. Que não sei onde estás, com quem estás e se estás bem. A minha saudade é insaciável. Quero mesmo saber de ti. Quero poder estar ao teu lado. Quero poder acompanhar-te. Quero poder ajudar-te. Mas não posso. Não me cabe a mim. Não estou aí.
Provavelmente nem pensas em mim. Acredito que algures no tempo, encontres uma foto minha. Sorrias e a coloques no esquecimento, mais uma vez. Estou condenado a ser esquecido por ti. Magoa-me pensar que só eu é que te quero ver. Que só eu é que não consigo acabar um dia sem me lembrar de ti. Que eu tento enganar a minha mente, todos os dias, para não me lembrar de ti. Magoa-me saber que para sempre vais ter um lugar no meu coração. Magoa-me saber que não sentes o mesmo por mim. Que te sou indiferente. Fico triste, por me sentir tão sozinho. Tão magoado. Tão…simples. Como é que me tornei assim? Porque é que não te consigo esquecer. Porque é que ainda te recordo. Porque é que não te consigo esquecer, depois de tanto tempo sem te ver. Sem te ouvir falar. Sem te reconhecer. Sem te entender. Sem te sentir. Será isto a condição humana? Somos amaldiçoados com uma data de validade, e ainda passamos a nossa vida sem esquecer as pessoas um dia conhecemos.
Recordo-me do dia em que nós conhecemos. Nunca seria capaz de imaginar que te ia conhecer. Que ia conhecer alguém como tu, nesse dia tão simples e vago. Trocámos umas palavras, de forma banal, nada de especial. Sem qualquer contracto, contacto ou outra relação qualquer que implique a concordância de ambas as partes. Falámos de manhã, à tarde e à noite. Essa noite depois de me despedir de ti, foi a mais longa das noites. Recordo-me de me ir deitar e de só pensar em ti. Não te conseguia esquecer. Eras tu e só tu que habitavas na minha mente. E apesar de ser uma longa noite, dormi poucas horas. Recordo-me de me levantar e de te procurar. Também não tinhas dormido muito tempo. Também tinhas pensado em mim, mas não disseste nada. Sorriste quando me viste. E passamos o dia a falar, um com o outro. E outro dia passou, e outro e outro. Não nos cansámos um do outro. Gostávamos da companhia. Gostávamos das palavras amigas e sinceras. E por momentos, não existia mais ninguém.
E hoje, quem somos? Quem sou? Não sei. Esqueço-me várias vezes da actualidade. Procuro um refúgio, longe desta actualidade cruel, desta realidade cinzenta e poluída. E sei que as memórias que tenho de ti, ainda vivas e reais, me enchem sempre de calor. Sei, que se me lembrar de ti, já não estou mais à chuva, mas sim abrigado e protegido de todo o mal que o mundo tem. Sei, que se penso em ti, o mundo é colorido e feliz. Mas não! Recuso-me! Não me vou lembrar mais de ti. Estou farto e cansado! Não quero aquecer-me mais com a recordação do teu sorriso. Não quero lembrar-me mais da tua personalidade autêntica e genuína. Não quero proteger-me mais com o teu abraço real e eterno. Não. Não! NÃO!
Acabou-se. Sei que nunca me vou esquecer de ti. E nunca mais me quero lembrar de ti. Não quero recordar-me mais, de tudo aquilo que me fazias sentir. Não quero mais a tua cara. Não quero mais o teu sorriso. Quero ser feliz. Mas sem ti. Por favor, vai-te embora. Sai daqui. Adeus.
Por favor, vai-te embora…

2.11.08

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A infância

Espontaneamente recordei a minha infância numa segunda-feira à tarde quando uma criança exclamou o meu nome: “João! João!”; era o Manuel, um rapazito de apenas 4 anos de idade, aluno da minha mãe que, sem razão aparente, adora-me (provavelmente por ser filho da sua educadora, mas este é outro assunto). Correu até mim, abraçou-me nas pernas, olhou-me e esboçou aquele sorriso tão inocente e característico de uma criança. Tão contagioso é este sorriso que, automaticamente, nos faz sorrir com eles.
Mergulhei então, nesse preciso momento, em pensamentos e viajei em memórias da então minha infância. Tão rapidamente estas passavam – curiosa semelhança com a realidade – que muitas não eram nítidas, assemelhavam-se a um misto de nevoeiro e eu mirava a sua imensidão, como se aguardando pelo regresso de D. Sebastião, onde D. Sebastião, aqui, é a infância que nunca mais retornará.
Tomei consciência das saudades que tinha do tempo em que fora criança…tudo tão simples, tudo tão puro, sem mal… Tudo era simplesmente o que tudo representava; um sonho não passava de um sonho e não um sinal vindo de uma força maior; a flor que via era a flor que defronte de mim estava e não o símbolo do verdadeiro amor, como muitos ousam afirmar; palavras eram nada mais que palavras e não os jogos de sedução e mistério que hoje, muitas vezes, representam, sempre com um segundo sentido por trás.
Existe sim uma simplicidade de vida sem qualquer filosofia. Erro meu. Existe sim uma filosofia, embora inconsciente, divertir-se o mais possível, quer nas aulas como em casa e na rua, em qualquer sítio que seja.
Como gostava de regressar ao passado e possuir a inconsciente consciência que na infância se é dono e senhor, tal como a alegre ceifeira que Pessoa nos relata nos seus versos:” Ah, poder ser tu sendo eu! / Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso! […]”- todavia trata-se de uma personagem fictícia. E a pensar em Pessoa regressei à realidade, dando por mim com o Manuel a puxar a minha calça alegremente dizendo: “O João está quase a dormir!”, e inevitavelmente solto um riso, abaixo-me, olho para ele e vejo que não é tão inconsciente. Despeço-me dele com um beijo na testa, volto costas, ouço em coro os meninos da minha mãe dizerem “Adeus João!”, relembro-me da minha turma dos 3 aos 6 anos, agora apenas restam memórias, e digo para comigo mesmo: “ Ah! Bons e velhos tempos…”.

A minha Infância

Tive uma boa infância. E por isso, estou grato aos meus pais. Sempre souberam cuidar de mim. Estar ao meu lado. Perguntar se estou bem, se preciso de ajuda. E vivi a infância que gostaria que todos vivessem um dia. Uma infância feliz, sem dar pelo tempo passar. Passada com calma e plenitude. Sorria muito, quando era criança. Penso que a origem de toda a minha felicidade infantil, provém da simples maneira que levei a minha curta infância. Sempre fui reservado. Sem grandes aparatos. Com amigos leais e uma mentalidade aberta. Cresci longe de toda a violência e transgressão contínua que o mundo faz, dia e noite. Cresci num lugar cheio de cores vivas e apelantes, sem barulho e sem pressas. Não me lembro de muitas coisas da minha infância. Mas as poucas coisas que me lembro, enchem-me de um calor e satisfação inevitável. Fui feliz enquanto criança, isso, ninguém me tira.
Mas não sou feliz hoje. Hoje penso muito. Hoje confunde-me o espírito, todos os problemas da actualidade. A violência, sempre desproporcionada. A alma, sempre suja e mal-educada. As crianças a crescerem num mundo electrónico e hiper-sónico. Ficam no seu canto. Agarradas a uma amizade com cores vivas, mas sem contacto humano. Satisfazem-se pelos pontos e recordes que conseguem ultrapassar, num jogo virtual, impessoal, irreal. Não foi assim que cresci. Não é assim que quero que cresça a nova geração. Mas não me cabe a mim decidir. Por mim, apenas gostava de lhes poder contar a minha história. Gostava de lhes dizer que fui feliz, outrora, quando era criança. Gostava de lhes dizer as mil e uma aventuras que partilhei com amigos, que hoje ignoro onde estão. Não me preocupa não saber o paradeiro desses amigos que julgava eternos. Quando se é criança tudo é eterno. Sentimos que a felicidade é certa e para sempre. Que os nossos pais vão estar sempre ao nosso lado. Que todos os natais vão ser recheados de embrulhos de papel, e de prendas maiores que o nosso tamanho. Que todos os dias vão ter uns minutos para estudar e uns minutos para brincar. Que a ida ao parque mais próximo é uma diversão autentica. Que somos felizes, para sempre. Gostava de pensar assim. Gostava de poder dizer que sou feliz. Mas não sou.
Da minha infância guardo apenas boas recordações. Guardo sorrisos e memória, apenas minhas. Não as dou a mais ninguém. Fui feliz. E consigo sorrir, quando penso no passado. Mas o passado já passou. Hoje sou adulto. Hoje encaro a realidade em números e figuras. Já não tenho cores alegres no meu caminho. Já não tenho sonhos, sempre diferentes e sorridentes. Já não tenho natais recheados de embrulhos e prendas gigantes. Já não tenho uma felicidade insuperável, imparável, eterna. Mas sei que fui feliz enquanto criança. E isso, ninguém me tira.

29.10.08

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Foi isto a minha infância


Infância... ... respirei fundo. Saudades. Tão feliz. Cheia de tudo a que as crianças têm direito e por inocência sabem sentir.
Era "meia maria rapaz" diziam... Chegava a casa, deveres feitos de pé para sair a correr e gastar o resto do dia a brincar.
Era a mais nova da família.
Foi isto a minha infância... ser feliz sem me preocupar em ser.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quem me marcou: Alguém e ninguém

Sinto verdadeiramente que fui marcado por todas as pessoas que conheci, ao longo da minha vida. Um pouco ou muito, cada uma tocou-me de uma maneira diferente, e contudo pertinente. E acredito verdadeiramente que todos os encontros diários que tenho, mesmo que breves, servem para moldar a minha personalidade e pessoa. Todos eles alteraram a minha maneira de encarar os meus defeitos, os meus desafios e a minha maneira de enfrentar a difícil jornada que é a vida. Mas, mesmo assim, é justo e óbvio admitir, que fui marcado verdadeiramente, por uma pequena raridade de sujeitos. Não os vou enunciar, pois seria injusto simplesmente mencionar os seus nomes. Teria de explicar o que cada um fez por mim. O que cada um, mesmo sem saber, contribuiu para eu hoje ser quem sou. Estou-lhes grato e uma parte de mim gostaria de os recompensar, de alguma maneira. Mas qual a melhor maneira de recompensar as pessoas que se esforçaram para me ajudarem? Como melhor agradecer a todas as pessoas que fizeram a minha permanência no planeta terra, ser mais proveitosa e bem sucedida? Será possível dar graças ás pessoas que me marcaram? Porque, para ser sincero, nem todas as pessoas que me marcaram, são bem-vindas na minha mente. Não guardo boas recordações do primeiro namoro falhado. Não guardo recordações calorosas de todos os amigos que perdi. Não guardo sorrisos e fotos falseadas de todos os momentos que passei com gente que hoje desconheço o seu paradeiro. Somos marcados por muita gente ao longo da nossa vida, mas nem sempre somos marcados pelo lado positivo. Por vezes somos marcados ao ponto de deixarmos uma cicatriz impossível de esconder.
Gosto de quem sou, e não me arrependo de nada. Mas reconheço sem problemas, que hoje sou como sou, por culpa de alguns sujeitos. Alguns sujeitos aos quais nunca pedi ajuda, atenção ou amizade. Não lhes vou rogar pragas ou mencionar os seus nomes com uma certa angústia. Não. Apenas gostaria de lhes dizer que não estava preparado para os vossos conselhos. Sempre me vi como uma criança. E todas as pessoas que me marcaram, não o fizeram porque eram inteligentes e cientes dos meus problemas. Apenas me marcaram porque eu estava um passo atrás delas. O que fizeram foi apenas falarem comigo. Foi apenas dizerem as suas perspectivas de vida. Foi apenas falarem e ouvirem o que tinha para dizer. Todas as conversas que tive, onde partilhei sentimentos, confissões e experiencias de vida, posso dizer sem problemas que me influenciaram para hoje ser quem sou. Não estou grato pela coragem e visão astral de todas as pessoas que conversei. Estou antes grato pela vossa pertinência e vontade de falarem. Porque é graças a vocês que hoje sou como sou. Que hoje vejo o mundo como vejo. Que hoje acredito no que acredito. Estou grato a todas as pessoas que me deram lições de moral, mesmo quando me recusava a ouvi-las. Estou grato a todas as pessoas que me juraram eterna amizade, pois concederam-me uma hipocrisia imperdoável para com a realidade. Estou grato a todas as pessoas que me assustaram e me maltrataram, pois deram-me força para perceber que há sempre alguém mais forte que nós e que apesar de tudo, não devemos desistir. E eu não desisti. Ainda aqui estou. E hoje sou o produto de todas as pessoas que me marcaram. Desde a criança sentada no banco do café, hoje de manhã. Ao velho rabugento a passear à tarde, na rua alcatroada junto à minha casa. Cada pessoa que vejo, revejo e desejo, ajuda-me a ser mais eu. A acordar. A mudar e a crescer. Guardo no coração, o nome de todas as pessoas que lembro e recordo variadas vezes pelo que fizeram por mim, mesmo sem terem consciência de tudo o que representam para mim. Guardo na vida, todas as pessoas que constantemente me acordaram e me fizeram acreditar que o mundo é um lugar vasto e merecedor do nosso esforço. Anseio pelo futuro. Por todas as pessoas com as quais vou um dia me cruzar, marcar e ser marcado. Com as quais vou chorar, alegrar e mudar a minha vida, mesmo sem saber.

24.10.08

domingo, 19 de outubro de 2008

marcador de vida

Pus-me a pensar em quem comigo me constrói e vai moldando a vida. Somos muitos a construirmo-nos, a desenharmo-nos… uns riscos mais certos que outros, mas todos fazem parte.
E no lado quase mágico da vida, aquele que só o coração percebe em dias em dias bonitos, encontro Deus. Ele é a resposta. Marca-me todos os dias, torna-me sempre mais forte e feliz e oferece-me pessoas lindas, especiais que me pertencem e fazem chorar e sorrir… que me toca, fundo e ensinam a sentir. Ele que nunca conhecerei bem, mas que reconhecerei sempre, é o marcador da Vida.

sábado, 18 de outubro de 2008

Quem me marcou

O tempo passa. Cada ano que se segue aparenta ter chegado ainda mais cedo que o anterior e assim sendo envelhecemos, novas pessoas conhecemos, novos momentos passamos, novos laços se criam, alguns se desfazem, outros mantêm-se e assim prossegue o ciclo da nossa vida. Ao longo destes anos, que o meu corpo e mente carregam, vim a conhecer um número grande e, portanto, incerto de pessoas, das quais muitas se arredaram e outras, um número mais modesto, que permanecem e fazem ainda parte da minha vida, contudo, todas contribuíram para o indivíduo que hoje sou e, por mais que o tempo passe, não as irei esquecer, pelo menos grande parte.
Apesar do amor e amizade incondicionais que nutro por todos, apenas uma alma, ainda hoje, me consegue surpreender constantemente por actos, palavras e gestos. Como consegue ela me surpreender de tal forma? Seria complicado descrevê-lo numa modesta redacção. O que posso dizer é que é alguém especial que marcou e me tem marcado ao longo dos anos. É uma amizade única que, honestamente, espero que assim permaneça. A amizade é um sentimento nobre, inigualável, e, talvez, ela não saiba o quanto é importante para mim, quiçá pela simples ausência de palavras que expressem essa mesma importância, esse “estatuto” que tem no meu quotidiano. É possível que não o diga, e talvez nunca o venha a dizer, por embaraço ou pelo simples facto de supor que ela não acreditaria em mim, contudo, saber e sentir apenas o quanto a adoro, sem nunca o ter dito, regozija-me. Laura, é seu nome.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Vinte de Outubro de dois mil e sete

20-10-2007:
Um dia especial, um dia diferente, um dia de tango argentino na Aula Magna, início marcado às 18h. Contudo, a dança já tomara início muito antes deste horário e noutro local, este não muito longe..
Na Quinta das Conchas começara o tango, no décimo andar de um prédio. À saída do elevador, a caminho da sua entrada, ouvia-se já a música, não (!), várias introduções de músicas distintas e semelhantes, todas dentro do mesmo tópico, o tango. O libertango, a Primavera porteña de Piazzola e a famosa La cumparcita, eram estes os sons que ecoavam no ar; batera à porta, ela abrira - o tango tomara início!
Um sorriso e um olhar meigo, que tão bem a caracterizam, manifestaram-se face à minha presença; as palavras que proferia, a cada momento que passava, sempre certas saíam daquela boca, fina e perfeita, à medida que o diálogo avançava; era uma dança perfeita, um tango perfeito, os passos sempre certos numa coreografia nunca antes ensaiada.
O percurso para o espectáculo, em dias como os outros, seria o infeliz e sórdido tédio habitual – a monotonia da espera pelo metro, os rostos sérios e fechados das pessoas ao redor, os olhares desconfiados e curiosos, penetrantes quando cruzados, o ar respirado, poluído e cheio, cheio de perguntas, palavras, momentos passados, agradáveis ou não – porém a espera pelo metro foi intrigante, o que nunca sentira antes numa modesta viajem pelos espaços subterrâneos da cidade, os rostos fechados e sérios não existiam, o rosto, o olhar eram apenas de uma só pessoa, dela; cada inalação de ar era sinal de vida e lucidez pelo momento, tanto da caminhada como da entrada para a magnânima Aula Magna e pelo belíssimo espectáculo que nos aguardava; espectáculo já antes iniciado – entrelaçámos as mãos – a dança prosseguira.
Final do soberbo espectáculo na Aula Magna, prosseguimento do inacabado. Lado a lado, ao crepúsculo, olhávamos o céu, as árvores, as folhas, os carros a circular, as pessoas a saírem, desorientadas face à pressa uma vez que, provavelmente, tinham de chegar a casa ou a outro local qualquer após tão belo serão, até que os olhares destes dois inocentes jovens se cruzaram – o medo, o receio, a ânsia, o nervosismo, a esperança, a euforia, a indecisão e impulsividade, o pânico, a paixão…ah a paixão, o tango…a dança da eterna paixão e sedução, o drama, o sentimento, o contacto, o ritmo…a paixão, o seu elemento essencial, o seu alimento e o seu resultado. Todavia nada foi para além de uma mera troca de olhares, pois o momento terminara, as luzes se apagaram, o espectáculo terminara, os olhares se afastaram, o barulho dos tambores terminara, a dança, o tango que pelo dia se prolongara, acabara – ela partira…

Na esperança que esse momento algum dia se repita

Lembrar-nos de toda a vida é impossível, se calhar injustamente, se a vivemos por inteiro porque não também toda a relembrar? Cada instante, bom, mau ou simplesmente indiferente e que em nada nos mudou. Mas involuntariamente fazem-me fazer essa selecção entre os momentos que guardamos ou aqueles que são atirados fora, esquecidos como a vida, a nossa vida, por eles não tivesse soprado.
Mas por vezes ficam coladas à retina aquele segundo em que tudo se conjugou na perfeição em que nada mais se poderia pedir, em que nada de diferente poderia querer.
A província que me deixa pôr as leituras em dia e aproveitar alguns passeios descansados em tempo de veraneio pouco parecida ter para oferecer. Depois e uma semana de festa divertida e barulhenta, a calma regressava, o deserto tornava-se de novo o estado natural daquela aldeia perdida e que me deixava sempre estar só eu, o livro e musica que era debitava. Estar em férias é não ter que olhar para o relógio, não ter que viver em função de ritmos impostos, por isso era tarde, era aquele final de tarde que inexplicavelmente me trazia o a linha ao fundo como nunca a pensei que a poderia ver, que jamais a descobriria em qualquer outro lado. Laranja e lilás ao mesmo tempo, ventosa que fazia vibrar as sementes dos campos que à frente ficavam e ameaçava a velha videira que tanta sombra me dera naquela tarde. Momento de indolência total, que me estava fazer cair no mais patético naturalismo, que me fazia admirar um campo e uma província da qual sempre me senti distante. Talvez estivesse embriagado pelo livro que à minha frente lia, mas aquele segundo, fez-me querer voltar lá todos os anos, sempre à espera e em busca daquele momento, que sabendo que foi único, um dia asseio que se possa repetir.

domingo, 12 de outubro de 2008

Um dia de muitos dias

Lembro-me de dias por pedaços. Dias inteiros que ficaram sempre em mim e que me farão acordar diferente sempre.
São muitos os dias diferentes, mais difíceis, mais bonitos, mais cheios de nós e que nos enchem de sentir(es) estranho(s) que mexem qualquer coisa cá dentro que acalma e agita o coração.
Mas há um dia cheio. Não perfeito, mas cheio de tudo. Começou como os outros, com o som do despertador a descolar as pálpebras. Estava quente. A voz fria e indiferente solta, sem parar, a notícia. Morreu. O dia alonga-se na normalidade das horas. Os olhos pesam sem ter sono, só cansaço. Tristeza. Preciso, sem pedir, de palavras… outras… não sei quais.
Finalmente em casa.
Sem vontade, mas com consciência, abro a caixa de endereço electrónico. Uma mensagem linda, daquelas “lamechas” mas que sabem bem. Reparo nas horas. Parece coincidência.
À noite, procurei as estrelas. Céu limpo. Sem estrelas. Deito-me e fecho os olhos… assim esperava o escuro. O pensamento não sabe em que pensar. O sentimento tropeça nas voltas da vida. A vontade de um abraço vence. Toca o telemóvel, chegam aquelas palavras. Mimos. Puro carinho. “Tenho a certeza que estás com um sorriso lindo…” faz-me sorrir.
Afinal havia estrelas.

sábado, 11 de outubro de 2008

Um dia que me marcou

Estava no passeio. Ao meu lado, o meu primo mais novo. Estávamos a caminhar para uma feira do livro. Para o meu primo, era completamente indiferente o destino dessa noite. Não sabe ler. Para ele, os livros bons, são os que têm muitas imagens. É novo. Por vezes, em graça, perguntamos se quer aprender a ler. E com uma sinceridade nua e crua, responde que não. Responde que os adultos nunca têm tempo para brincar, pois estão sempre a ler e a escrever. Vê na escrita, o fim do seu lado infantil. Não me preocupo. Sei que um dia vai aprender a ler e a escrever.
O passeio continua. Ao longe avistamos a feira do livro. Mas o caminho ainda é longo. Passam carros, não muito longe. Gente passa de um lado para o outro. Barulho e confusão misturam-se. Uns gritos, uns passos, uns risos. Não me consigo abstrair. Tantas faces diferentes. Tanta gente, tanta mente. Procuro algum lugar calmo e sossegado para olhar. Mas nada me acalma. Os prédios são coloridos e altos, mas mortos de gente e emoção. A estrada é alcatroada, com uma cor gasta e negra. O passeio é sujo de beatas e desgosto. Não encontro nada belo para olhar. O rio passa, não muito longe de mim. Pego no meu primo e afasto-me da minha sociedade vendida. Olho para a água. Alguns peixes bóiam, mortos. A água é suja e poluída. Ninguém à minha volta admira a água. Chamam-me, a mim e ao meu primo. Voltamos para o nosso passeio para a feira do livro.
Encontro-me perdido. Não me sinto bem. Tanta gente. Tanta criação humana. Sem propósito, significado ou beleza. Está tudo gasto e usado. As caras frustradas e cansadas. Não gosto de estar aqui. Preciso de algo calmo para olhar. À minha volta é tudo estranho e feio. Preocupo-me com o meu olhar. Preocupo-me com o mundo estranho onde habito. Preocupo-me… “Olha um pássaro.” Acordo desta perdição mental. O meu primo avista um pássaro. “Onde?” Procuro pelo pássaro, mas não vejo nenhum. Ele aponta, sorridente. Olho uma e outra vez. Nada. Só carros. Gente. Caras desconhecidas. Barulho. Uma sirene ao longe. Mas nada de calmo e belo. Nada bonito de se ver. O meu primo insiste.
Subitamente, avisto o pequeno pássaro. Em cima de um ferro, de um edifício por concluir. Não está muito longe de mim. Consigo distinguir a sua cor castanha. De um castanho vivo, que nenhum edifício consegue reproduzir. Com um olhar descontraído, simples, quase que humano. Mais humano que todos os olhares drogados e excitados que se cruzam à minha volta. E subitamente, voa. O meu primo mais novo, ainda mantém o olhar sobre o pequeno pássaro. Estica as asas e voa alto. Com uma liberdade que nunca experienciei. Voa até lhe perder o rasto. Sorriu. Algo belo para alegrar a minha noite. Algo belo para recordar e acalmar o meu espírito, confuso e cansado. Fico, inesperadamente, feliz. O meu primo puxa a minha mão. “Vamos.” Caminhamos de novo, os dois juntos, no nosso passeio alegre e feliz para a feira do livro.

11.10.08

domingo, 5 de outubro de 2008

Objectivos de vida: todos e nenhuns

O carpe diem como ideal de vida nunca se me colou à pele, viver cada soluço sem ter noção do minuto seguinte criará sempre em mim uma ideia mais de caos do que qualquer organização acerca do que somos. Viver na corda bamba do não saber o que será amanhã sempre esteve muito longe de me fascinar. Mas os planos são relativos, tão relativos como o futuro, que nos é tão estranho, que muitas vezes somos incapaz de conjugar em qualquer verbo que seja, se calhar é uma característica comum de todos nós: subestimamos o futuro e agarramo-nos ao presente.
Não faço nem uma coisa nem outra, não acredito em planos contados ao segundo para as próximas décadas, em grandes projectos servidos em clichés como: “quero casar”, “quero ter filhos”, “quero ter uma casa mais isto ou mais aquilo”. Apenas digo que quero (talvez seja um sonho) fazer algo que verdadeiramente goste, talvez seja a minha eterna aversão à inutilidade a falar mais alto, mas não suportaria ficar refém de um futuro que me reservasse a apatia do nada ou do pouco gostar de fazer. Isso e guadar sempre tempo para os prazeres que me ocupam os dias, e para os outros que ainda estão por descobrir, é o que basta para que tudo o resto, que possa ou não desejar, venha então por arrasto.

sábado, 4 de outubro de 2008

Sonho e objectivo

Após o tema inicial e a introspecção exigida, agora pertinentemente se questiona o(s) objectivo(s) de vida de cada um. Pois bem, a minha resposta, obviamente, terá um tópico em comum com a de todos vós, isto é, ser feliz – o que difere é a forma como cada um o é.
Verdade seja dita quando digo que quero ser feliz, porém hoje em dia sou feliz, com alguns altos e baixos pelo caminho pois nem tudo é um eterno mar de rosas. Como serei feliz daqui a meia dúzia de anos ou a um quarto de século é uma incógnita autêntica! Afirmar inclusive que ainda por cá estarei seria mergulhar em águas totalmente desconhecidas, mas tenho objectivos, sonhos, que provavelmente poderão contribuir para uma felicidade futura. Nomeá-los seria tão cliché, mas de qualquer forma indico um desses mesmos objectivos/sonhos que faz parte do meu conceito pessoal de felicidade, este é, formar família – ter uma mulher que ame e crianças a correr por toda a casa, a sujá-la com experiências inocentes e tão características desta linda e efémera fase que é a infância, e, mais tarde ter o gosto de as ver crescer e a tomar um rumo para a sua vida. Contudo, na minha mente surge um retrato de um quadro que contrasta totalmente com este conceito de família com que tanto sonho, um quadro solitário numa parede branca cujo retrato revela-me sozinho, num apartamento, na sala de estar, esta repleta de livros e com a televisão ligada, provavelmente no noticiário, e eu sentado na varanda lendo, mas feliz.
Sozinho ou acompanhado, a minha e a vida de todos, no fundo, resume-se apenas em ser feliz, com os seus sonhos em mente que poderão proporcionar um adicional acrescente de felicidade. Porém, os sonhos estão reservados para o futuro e para o futuro trabalhamos todos os dias, por vezes conscientes e por outras tantas vezes inconscientes. Em vista disso o meu único objectivo hoje resume-se em viver cada dia placidamente, não ter pressa de forma a não perder tempo; pois se possuímos um botão de rosa e forçamos a abertura do mesmo, a rosa perde-se.

Objectivos de vida eternamente iguais


Ao pensar o que anseio na vida, percebo que apenas sonho ser feliz. Quantos projectos preciso desenvolver e realizar? Não sei… Sei só que serão muitos e a maioria ainda nem imagino. Mas a vida é uma constante conquista de nós mesmos e eu tenho sido feliz… Procurei-me. Tentei perceber quais os objectivos que tracei desde que me sonho… Eis que compreendo que serão eternamente iguais: crescer e ser eu.



sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Objectivo de Vida: Nenhum

Vou ser sincero, até tenho alguns objectivos de vida. Mas não lhes chamo de objectivos, mas de sonhos. Sonhos, porque sei que não passam disso. Projecções mentais. Visões destorcidas de uma realidade que não é a minha. Tudo aquilo que gostaria de ter, ver ou algum dia chegar a ser. Tudo isso, não passa de sonhos. Tenho-os repetidamente, noite após noite. E confesso, que não são sonhos impossíveis. Que está tudo à distância de um esforço pessoal. Mas não me vou esforçar. Vou deixar tudo à sorte. À chance. Pode parecer um pensamento cliché, mas é assim que me sinto. E não preciso de uma moeda de duas faces para decidir qual o próximo passo a tomar. Limito-me a deixar as coisas andarem.
Portanto, actualmente, não tenho nenhum objectivo de vida. E tal não parece ser um problema. O planeta continua a rodar. A minha rua continua suja. E as pessoas continuam carrancudas de manhã, à tarde e à noite. O simples facto de eu ter algum objectivo na minha vida, não muda nem um pouco o mundo à minha volta. Talvez, se o meu objectivo de vida for algo produtivo, como animar o mundo, ou limpar a minha rua, então talvez se notasse alguma diferença. Mas a verdade é que não tenho projectos desse género. Ambiciono pequenas coisas. Pequenos percursos na minha vida. Mas se nada correr como esperado, então não me preocupo muito. Por isso é que não tenho objectivos, mas sim sonhos.
O mundo até me parece um lugar interessante e cativante. Em cada esquina esconde-se um mundo completamente diferente. Tudo é relativo, e o efeito borboleta impera. Portanto, para quê fazer projectos? Para quê ter objectivos de vida? Tudo pode mudar num segundo. E gosto muito mais da ideia de viver com a corrente, do que acreditar em pequenos princípios e ideologias que me vão dar um futuro bem sucedido e recheado de sucesso. Não. Para mim, basta-me viver em paz. Calmamente e educadamente. Com alguns projectos a curto prazo. Mas fora disso, em pura liberdade de expressão e comunhão. Não tenho objectivos de vida. Tive, no passado, alguns objectivos pertinentes. Mas hoje não. E hoje, é a realidade em que vivo e habito. Hoje estamos todos aqui. Hoje o mundo está à minha frente e eu estou pronto. Avanço sem nenhuma ambição. Mas com alguns sonhos para preencherem a minha mente. Alguns desejos que conto em conversas simples e poéticas. Mas sem qualquer tipo de objectivos de vida. Estou bem assim. Sou modesto. Gosto do que tenho, e o que vier que venha. E se o meu futuro for mau, se for contra os meus sonhos, não é grave. No fim de contas, não passavam de sonhos.

3.10.08